Esquerda espanhola inicia campanha por renúncia de Rajoy

A coalizão Esquerda Unida (Izquierda Unida – IU) iniciou nesta quarta-feira (26) em toda a Espanha uma campanha de coleta de assinaturas para exigir a renúncia do presidente do governo, Mariano Rajoy, pelo não cumprimento de seus compromissos eleitorais.

Com sua iniciativa, a IU pretende obter o apoio dos cidadãos contra o que considera a fraude eleitoral do governante Partido Popular (PP), ao violar de maneira sistemática o programa com o qual se apresentou nas eleições gerais de novembro de 2011.

Segundo explicou a coalizão de esquerda, esta campanha argumenta com 10 razões a solicitação de renúncia a Rajoy e a convocação de novas eleições, entre as quais ele ter prometido três milhões de empregos e, em troca, ter ultrapassado os seis milhões de desempregados.

A terceira força política deste país europeu denunciou, também, que o direitista PP se comprometeu a não tocar nos pilares básicos do Estado de bem-estar, mas em menos de um ano privatizou a previdência nas comunidades onde governa, quer acabar com o ensino público e prepara outro corte de aposentadorias.

Seria bom para a regeneração democrática e política do país que fossem convocadas eleições gerais, reivindicou na segunda-feira passada o líder da IU, Cayo Lara, que participou nesta quarta-feira em Madri do recolhimento de assinaturas.

Na sua opinião, o acordo atingido pelo PP e pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), face à cúpula europeia desta quinta e sexta-feira, é mais um exemplo da política que está sendo aplicada, afastada dos cidadãos.

"Apresentam-se (conservadores e social-democratas) como partidos de Estado, mas a única coisa que lhes preocupa é o estado de seus partidos", ironizou Lara.

Arremeteu contra esse acordo, referendado ontem pelo Congresso dos Deputados, ao considerar que consagra o neoliberalismo mais selvagem dentro da União Europeia por apoiar a privatização dos serviços e um tratado de livre comércio com os Estados Unidos.

Para Lara, a proposta de levar uma postura comum à Europa apenas busca consolidar o pacto mediante o qual o PP e o PSOE reformaram há dois anos a Constituição, para situar o pagamento da dívida como prioridade frente à manutenção dos serviços sociais.

Fonte: Prensa Latina