BH: Jovem que morreu ao cair de viaduto em protesto é enterrado 

Dor e revolta marcaram o enterro do jovem Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos, morto após cair do Viaduto José Alencar, na Avenida Antônio Carlos, durante o protesto da última quarta-feira (26) em Belo Horizonte. 

O enterro estava marcado para as 8h no Cemitério Parque Santa Rita, em Curvelo, cidade da Região Central do estado, onde a família do rapaz viveu por muitos anos, mas houve um pequeno atraso e o funeral aconteceu às 8h40. A mãe do metalúrgico, Neide Caetano de Oliveira, de 43 anos, se manteve firme ao lado do caixão do filho, e voltou a dizer que a morte do rapaz não representa os R$ 0,05 da redução da passagem e nem vai acabar com a corrupção no país. No momento do sepultamento, ela chorou muito ao se despedir do filho, que morava em Contagem, na Região Metropolitana de BH.

Leia mais:
Iannotti: Necrópsia, quem matou Douglas em Belo Horizonte?

Muitas pessoas acompanharam o enterro, em sua maioria, familiares. O jovem Thiago Silva, amigo que estava com Douglas durante a manifestação, também estava muito abalado. “Ainda vai morrer mais gente naquele viaduto”, disse, revoltado. A família pretende fazer um protesto pela morte de Douglas, mas a data ainda não foi definida. Ele também será homenageado na manifestação que acontece neste sábado em Belo Horizonte.

O acidente

Por volta das 17h10 de quarta-feira, durante a manifestação que acontecia na Pampulha, no Estádio Mineirão, Douglas foi visto pulando a mureta do Viaduto José Alencar. Ele tentou alcançar a outra pista da estrutura, mas não viu o vão livre entre os dois lados.

O rapaz foi socorrido para o Hospital João XXIII, onde chegou às 18h, escoltado por cinco policiais de moto e foi submetido a cirurgia. Às 22h50, quando ainda estava na sala de recuperação do bloco cirúrgico, não resistiu.

De acordo com a Polícia Civil, não haverá investigação sobre a morte, pois ainda não há indícios de crime. Outros cinco manifestantes foram pegos pela mesma armadilha nos protestos de sábado e quarta-feira. A proteção instalada pela Prefeitura de Belo Horizonte na terça-feira não evitou o risco, pois impedia o acesso apenas nas cabeceiras do elevado.

Fonte: Correio Braziliense