Porto Alegre recebe 14º Fórum Internacional Software Livre

Teve início a 14ª edição do Fórum Internacional Software Livre (FISL), na quarta-feira (3), no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre (RS). O evento seguirá até sábado (6) e conta com mais de 600 horas de programação, 700 palestrantes e aproximadamente 50 oficinas, atividades culturais, sociais de entretenimento e de lazer.

A coletiva de imprensa de abertura do evento ocorreu na manhã de quarta-feira com o coordenador-geral da Associação Software Livre, Ricardo Fritsh; o membro do GT Educação, Wilkens de Andrade; um dos coordenadores da programação, Deivi Kuhn; e o ativista do Software Livre Marcelo Branco, além de representantes do Uruguai e da Argentina.



Fritsch / fotos: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Fritsch destacou que a multiplicidade de atividades do evento permite que sejam tratados com profundidade temas sensíveis às necessidades da comunidade tecnológica, como a educação e inclusão, o acesso às tecnologias e à internet, o compartilhamento de informações e distribuição livre de softwares e a energia necessária para o desenvolvimento tecnológico.

Um dos responsáveis pela grade de programação do evento, Deivi Kuhn, revelou que os próprios participantes ajudaram a escolher os palestrantes. Entre os conferencistas presentes no fórum deste ano estão Richard Stallman, fundador do Movimento Free Software, Jon “Maddog” Hall, diretor executivo da Linux Internacional e Pedro Rezende, que pesquisa segurança computacional e o custo social dos modelos negociais no setor da informática.

Kuhn destacou ainda a trilha Aaron Swartz, que homenageia o hacker e ativista morto no início do ano após ser processado por pirataria pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). A trilha envolve discussões e atividades em torno das temáticas de cultura e internet livre, compartilhamento, copyleft, creative commons, transparência e hacktivismo.

Outra atração sublinhada pelos organizadores foi o Espaço Paulo Freire, que tem como um dos objetivos discutir a inclusão do software livre nas escolas. Wilkens Andrade, membro do GT de educação, foi enfático ao falar sobre o atraso de instituições de ensino em optar por softwares privados. “Essas plataformas bloqueiam o conhecimento e dificultam o acesso a informação. É preciso mudar de mentalidade. O Brasil é colonizado há anos por grandes corporações internacionais (de softwares)”, critica.


Deivi Kuhn, destacou ainda a trilha Aaron Swartz

Além disso, Andrade ressaltou a importância da rede de compartilhamento na educação e da possibilidade dos educadores adequarem softwares às suas necessidades. Ele defendeu também a inclusão do ensino de programação no currículo escolar. “Quem tem o poder de tornar a rede livre é quem domina o código”, aponta.

Marcelo Branco, por sua vez, afirmou que a expansão do Software Livre está ocorrendo principalmente na evolução de dispositivos móveis como tablets e smartphones, que são desenvolvidos basicamente em plataformas livres, tendência que espera que se estenda para os desktops e laptops. Ele também comentou brevemente o caso do norte-americano Edward Snowden, ex-agente que denunciou os Estados Unidos por monitorar e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Segundo ele, o caso será aprofundado ao longo do evento.
Em 2013, as atividades serão distribuídas em dez trilhas principais, os eixos temáticos do evento: Academia Livre, Administração, Desenvolvimento, Educação, Encontros Comunitários, Hardware Livre, Jogos e Multimídia, Negócios, Tópicos Emergentes e a trilha Aaron Swartz, além da apresentação de pesquisas acadêmicas no WSL, o Workshop Software Livre, que reunirá pesquisadores de diversos países.

Mais informações sobre programação no site do evento

Fonte: Sul21