Colômbia: ONU quer diálogo entre governo e camponeses em greve

O representante na Colômbia do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Todd Howland, defendeu que se chegue a uma solução de transformação e melhoria dos camponeses em greve na região do Catatumbo. 

Em entrevista ao diário El Tiempo, apontou que resolver a crise nessa região do Norte de Santander não será fácil, mas que há solução.

Os camponeses protestam na defesa dos seus direitos, e o governo reconhece que há um problema de respeito a esses direitos, disse. O problema é chegar ao diálogo.

Mais de 15 mil agricultores do Catatumbo estão há mais de um mês em greve exigindo a declaração de uma Zona de Reserva Camponesa, a substituição gradual dos cultivos ilícitos e melhores condições de vida.

O representante da ONU chamou a redobrar esforços para reiniciar as conversas. Não somente falar, disse, mas criar confiança.

Incorporado à mesa de interlocução como garantidor, Howland, manifestou que "é preciso criar um mecanismo de acordos muito concretos e que tenha uma entidade como a Igreja ou a própria ONU, que facilite a implementação, pouco a pouco, desses acordos.

Ao referir-se à atual situação no Catatumbo, expressou que o que se vive ali não é muito diferente ao que sucede em outras regiões da Colômbia.

O grande problema, em sua opinião, é que o desenvolvimento do país favorece as áreas urbanas e nas zonas rurais persiste um desequilíbrio social de anos em serviços como a educação e a saúde.

"É natural, agregou, que quanto mais dinheiro se tenha, menor deve ser a pobreza. O crescimento da economia é extraordinário, mas no campo não muda nada".

É grave a desigualdade que existe na Colômbia e isso não é somente um problema moral, é um problema de direitos humanos, enfatizou.

Prensa Latina