Em meio à violência, ONU avalia situação das crianças na Síria

A representante especial da Secretaria Geral das Nações Unidas para as Crianças em Conflitos Armados, Leila Zerrougui, chegou nesta segunda-feira (15) à Síria para uma visita de três dias. Leila terá reuniões com os oficiais do Governo, outros representantes da ONU e organizações não governamentais. Enquanto isso, denúncias de atentados a bomba e combates entre forças oficiais e grupos armados que atuam no país continuam sendo noticiadas.

Crianças sírias - Muhammed Muheisen/Associated Press

Neste domingo (14), a explosão de um carro-bomba matou seis pessoas e deixou outras feridas, no norte da capital síria, Damasco, perto de uma delegacia de polícia.

As autoridades sírias afirmam que os principais suspeitos são os integrantes da Frente al-Nusra, vinculada a Al-Qaeda, que também foi responsabilizada por outros atos terroristas.

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No mesmo dia, ao menos treze pessoas morreram em ataques com projéteis lançados por homens armados na localidade de Al-Qabun, no noroeste de Damasco.

Depois do ataque, as forças do Exército sírio dirigiram-se ao local e entraram em confrontos com membros do grupo agressor, dos quais sete foram mortos, de acordo com fontes oficiais.

Os confrontos e ataques produzem-se enquanto o Exército avança em regiões controladas pelos grupos armados, alcançando a retomada dos territórios, a destruição de vias de abastecimento bélico e de mercenários.

Neste sábado (13), as tropas do Exército também enfrentaram dezenas de homens armados na província de Damasco Rural, no sudoeste do país, segundo fontes oficiais. A escalada da violência, entretanto, tem sido correspondida com o apoio da população à retomada dos territórios por parte do governo sírio.

Crianças vítimas da violência

A viagem da funcionária da ONU forma parte de um périplo regional que inclui viagens a países como a Jordânia, o Iraque, a Turquia e o Líbano para avaliar a situação em que se encontram as crianças sírias e famílias afetadas pelo conflito armado, que já dura mais de dois anos na Síria.

Leila pretende sublinhar as necessidades dos menores e melhorar a proteção das crianças afetadas pela violência que tomou o país árabe.

Em junho, o escritório da oficial da ONU assegurou ter recebido relatórios que indicam que muitas crianças sírias são assassinadas ou feridas por bombardeios indiscriminados e franco-atiradores, além de serem usados como escudos humanos ou mesmo integrados aos grupos armados.

Na ocasião, a ONU emitiu um comunicado em que condenava o recrutamento de crianças, e a funcionária da organização expressou sua condenação às ações terroristas que violam os direitos dos menores na sociedade síria.

No mesmo contexto, em dezembro de 2012, Leila, além de acusar os bandos armados sírios de abusarem e recrutarem crianças, expressou sua profunda preocupação pela situação dura que os menores de idade enfrentam com os grupos armados na Síria.

Com agências,
da redação do Vermelho