Tráfico de pessoas aumentou, alerta ONU na Colômbia

A relatora especial das Nações Unidas sobre o abuso e tráfico de pessoas, a nigeriana Joy Ngozi Ezeilo, afirmou nesta quarta-feira (17) em Bogotá, capital da Colômbia, que este flagelo está aumentando no mundo e, infelizmente, é uma nova forma de escravização moderna.

Convidada para o 3º Congresso Latino-Americano de abuso e tráfico de pessoas, que é realizado na Universidade de Los Andes de Bogotá, Joy sublinhou que ainda é muito difícil de quantificar os números desse delito porque, expressou, "é muito subestimado".

A especialista destacou que, segundo o último estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), até o ano passado os cálculos chegavam a 20,9 milhões de pessoas, das quais 18,7 milhões delas são exploradas pela economia privada.

Por sua vez, o advogado espanhol Baltasar Garzón pediu à ONU que o tráfico de pessoas seja considerado como um crime de lesa humanidade e defendeu a criação de uma coordenação regional dos países para combater o delito.

Durante a jornada, que será encerrada na quinta-feira (18), os especialistas do continente concordaram em tomar medidas mais radicais para enfrentar esse flagelo na América Latina, considerado o terceiro negócio ilegal mais lucrativo do mundo.

O diretor da Rede Latino-Americana contra o Abuso e o Tráfico de Pessoas, o mexicano Oscar Castro, ressaltou que, embora a América Latina tenha acolhido o Protocolo de Palermo, o continente apresenta fenômenos preocupantes em relação ao tema.

Castro citou seu país como exemplo, onde desaparecem milhares de pessoas vítimas do crime organizado ou o tráfico de crianças com fins de mendicância e adoções ilegais no Haiti, por meio de redes que operam desde a República Dominicana e os Estados Unidos, segundo declarou ao diário El Colombiano.

As sessões do congresso continuam nesta quarta-feira com três painéis que discutirão so fatores que facilitam o delito, o dilema deste tema no âmbito da Justiça e o tratamento dado às vítimas.

Com sede pela primeira vez na Colômbia, participam do encontro delegados de mais de 15 países como Costa Rica, Paraguai, Peru, Guatemala, Argentina, Bolívia, El Salvador e Brasil, entre outros.

Fonte: Prensa Latina