PT protesta contra Vaccarezza no grupo da reforma

O desentendimento no PT em torno da condução da reforma política marcou neste sábado (20) a reunião do diretório nacional do partido. Munidos de cartazes com os dizeres "Sou PT e quero plebiscito – Vaccarezza não me representa", dez militantes petistas postaram-se diante da sede da legenda desde cedo e pediram a saída do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) da comissão de reforma política.

Vaccarezza

Do lado de dentro, houve fortes críticas a Vaccarezza pela forma como conduz a reforma política que, em sua opinião, não valerão para a eleição de 2014.

O ex-senador e ex-presidente, do PT, José Eduardo Dutra, disse concordar não haver tempo para aprovar até outubro deste ano uma reforma política que tenha com efeitos na eleição do ano que vem. Ele defendeu a proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê proibição de doações por parte de empresas e eleição em dois turnos para deputados. "Precisamos ter foco para viabilizar alguma mudança para 2014. O Ficha Limpa foi aprovado no Congresso em um mês", argumentou.

Nos últimos dias, Vaccarezza e a bancada do PT protagonizaram um bate-boca público sobre a reforma política. Na sexta-feira (19), o líder do partido na Câmara, José Guimarães (PT-SP), divulgou uma nota dizendo que as opiniões de Vaccarezza "não expressam o pensamento nem da bancada na Câmara nem do PT". Outros 39 dos 89 deputados do PT assinaram manifesto em solidariedade a Henrique Fontana (PT-RS), que deixou a comissão da reforma política depois que Vaccarezza assumiu.

Criticado por seus pares por dizer que o plebiscito defendido por Dilma e pelo PT não tem condições de produzir resultados agora, Vaccarezza não compareceu neste sábado à reunião do partido. Em nota, ele afirmou que não se pode transformar a discussão da reforma política em uma "arena" política.

Com informações de O Estado de S. Paulo