Colômbia: Crise no Catatumbo segue sem possibilidade de diálogo 

Na Colômbia, os camponeses do Catatumbo, em protesto há 43 dias, mantêm a espera de um sinal do governo para reiniciar as negociações para acabar com a grave crise humanitária na região.

Greve Catatumbo

Sem data precisa para voltar para a mesa de diálogo, interrompido no dia 5 de julho, após três tentativas frustradas, o líder agrário César Jerez declarou para a imprensa local que estão na expectativa de uma resposta oficial sobre as duas propostas que o campesinato defendeu na última sexta (19). 


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Através da igreja católica, o senador e atual presidente do Congresso, Juan Fernando Cristo, e a Comissão de Paz da Câmara dos Deputados, formulamos duas propostas para o Executivo reviver os diálogos, que continuam parados”, declarou Jerez.

O líder camponês exigiu o envio para o município de Tibú de uma comissão governamental com capacidade de decisão para o diálogo e uma reunião com o presidente Juan Manuel Santos.

Em meio a forte repressão por parte das forças de segurança para desalojar os agricultores que estão na via Tibú-Cucuta, os manifestantes continuam dispostos a manter-se firmes até conseguir um acordo final, entre eles a declaração de uma Zona de Reserva Camponesa.

O governo continua condicionando o diálogo para o desbloqueio das vias e mantém imóvel a possibilidade de definir a lista de exigências, que os agricultores exigem para evitar o avanço do latifúndio das transnacionais nesta região.

Jerez reiterou a preocupação dos camponeses por um desfecho violento na área pela maneira como foi incrementando a presença militar. Segundo cálculos dos manifestantes, na região existem mais de sete mil efetivos, entre policiais, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios.

As concentrações no Catatumbro ocorrem paralelamente a greve dos mineiros, que exigem que o governo revogue o decreto 2235 que faculta as forças públicas para destruírem a maquinaria dos trabalhadores da mineração que não possuam título de autorização. Também pedem a adequação de lei vigente para exercerem legalmente seu trabalho.

Fonte: TeleSUR