Divulgadores da Telexfree fecham vias de acesso ao aeroporto

Cerca de 700 manifestantes fecharam as pistas de acesso ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, na manhã desta terça-feira, em apoio à empresa Telexfree.

A empresa é suspeita de montar um sistema de pirâmide financeira por meio de um negócio de venda de pacotes de telefonia via internet (VoIP, em inglês) como fachada.

O protesto teve início às 9h e terminou por volta do meio-dia. Houve bloqueio de vias nos dois sentidos do terminal do aeroporto. O engarrafamento prejudicou o fluxo para outras vias da capital, como a EPGU. Após às 11h30, uma faixa foi liberada, melhorando o trânsito.

A Telexfree está sob investigação do Ministério Público por suspeita de usufruir de um esquema de pirâmide financeira, modelo que em vez de faturar a venda do produto, ganha-se um porcentual em cima dos novos vendedores que angaria para a rede, o que é considerado crime.

Os associados da empresa alegam que o argumento utilizado pelo MP não convém, pois a empresa e os próprios funcionários pagam impostos. Segundo o divulgador Ricardo Nobre, o modelo de negócio da Telexfree é o marketing multinível, ou seja, os vendedores ganham em cima do faturamento com a venda dos sistemas. “Há uma grande diferença entre pirâmide e marketing multinível. Essa decisão foi um crime contra a empresa. Não entendo: se é ilegal, por que o governo aceita nossos impostos?”, indaga Ricardo.

A empresa foi impedida de funcionar, e não consegue cumprir com as obrigações, como pagar seus funcionários. “Estamos manifestando em apoio à empresa, que nunca deixou de cumprir seu papel de chefe. Queremos que ela volte a funcionar para podermos trabalhar, e, assim, receber por isso. O dinheiro está fazendo falta”, desabafa o divulgador Júlio César, que veio de Franca (SP) e está há um mês sem salário.

A Telexfree está sendo investigada há mais de um ano. A Secretaria Nacional do Consumidor apura as 13.900 reclamações que a empresa recebeu desde setembro de 2012. Os bens da companhia foram bloqueados pela Justiça do Acre no dia 18 de junho.

Ao meio-dia, os manifestantes liberaram o acesso ao aeroporto e seguiram em carreata com cerca de 50 veículos para o Ministério Público.