Síria exige condenação da ONU contra ataques terroristas

A Síria exigiu à Organização das Nações Unidas (ONU), nesta sexta-feira (26), a condenação do atentado terrorista com um carro-bomba, na periferia da capital, Damasco, que matou 10 pessoas e feriu outras 66, nesta quinta (25). No total, desde o início dos confrontos, em 2011, a ONU confirma a morte de 100.000 sírios.

Carro bomba em Damasco - Reuters

Em cartas idênticas ao Conselho de Segurança (CS) e ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o Ministério de Assuntos Exteriores e Emigrantes demandou à entidade que renove a sua postura de rechaço ao terrorismo e exigir às partes que apoiam os grupos armados na Síria o fim de qualquer apoio logístico ou militar.

Da mesma forma, pediu o comprometimento com as convenções internacionais e com as resoluções do CS relacionadas com o combate ao terrorismo, e uma mensagem forte aos autores do crime, onde se evidencie a postura unificada de seus membros frente ao terrorismo, sem dupla moral que encoraje os extremistas a continuarem com seus crimes.

O atentado terrorista foi reivindicado pelo “Estado Islâmico no Iraque e no Levante”, organização assumidamente afiliada à rede Al-Qaeda, e deixou danos severos em lojas, automóveis, edifícios e casas na zona residencial.

A ONU e os Estados Unidos mantêm a entidade em suas listas de organizações terroristas, e desde o início dos confrontos, em 2011, o governo sírio tem exigido ao CS a condenação de cada ato terrorista dos extremistas, neste conflito que se torna cada vez mais sectário.

Além disso, nesta quinta-feira (25), a própria ONU confirmou a morte de mais de 100.000 sírios nos confrontos, cuja intensidade aumenta com a ingerência estrangeira contra o governo do presidente Bashar Al-Assad.

Em uma coletiva de imprensa conjunta com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em Nova York (onde fica a sede da ONU), o secretário-geral da organização, Ban Ki-Moon, pediu mais esforços por uma conferência de paz, "preferivelmente em setembro", para o fim da violência disseminada no país. O governo sírio já se declarou disposto ao compromisso e ao diálogo, mas a organização que diz representar os opositores no exterior, CNFROS, exige antes a demissão do governo de Assad..

A declaração de Ban foi apoiada por Kerry, que descartou uma "solução militar" ao conflito na mesma coletiva. Entretanto, até o momento, a ONU não emitiu qualquer condenação explícita a tais crimes, ante a divergência de seus membros sobre a natureza, composição e propósitos da chamada insurgência armada.

Recentemente, os Estados Unidos haviam afirmado o envio de equipamento bélico aos paramilitares, apesar do perigo de as armas caírem em mãos de fundamentalistas da organização responsável pelo atentado e outras, que defendem a derrubada do Estado laico e a imposição de um califado regido pela lei islâmica (sharia). Entretanto, os equipamentos ainda não foram enviados, segundo os próprios grupos armados.

Com agências,
Da redação do Vermelho