Fenafar apoia PL popular da saúde que será entregue na segunda

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), que apoia o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública, Saúde + 10, apoia a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular que assegura o repasse de 10% da receita corrente bruta da União para a saúde pública. Na segunda (5), o movimento entrega à Câmara o projeto de lei de iniciativa popular sobre o tema e as 1,5 milhões de assinaturas coletadas, quantidade necessária para o pleito.

O projeto de lei de iniciativa popular altera a Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012. As assinaturas foram colhidas nos últimos 15 meses.

O Movimento Saúde + 10 foi criado há um ano e conta com o apoio de mais de 100 entidades que se uniram a fim de mobilizar a sociedade e o Congresso Nacional quanto à necessidade de aumentar o financiamento da saúde pública brasileira e, assim, garantir os preceitos constitucionais do SUS – integralidade, universalidade, gratuidade e qualidade. Entre as entidades estão Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Assembleia Legislativa de Minas Gerais, entre outros parceiros.

A expectativa pelo incremento dos recursos da saúde alcançou seu ápice no ano passado, quando da regulamentação da Emenda Constitucional n. 29, ocorrida 11 anos depois da sua publicação. Porém, a Lei Complementar n. 141/2012, que regulamentou a emenda, foi sancionada sem contemplar a proposta de alocação, por parte da União, de 10% de suas receitas correntes brutas. A referida lei estabelece, no entanto, que estados e municípios brasileiros apliquem 12% e 15% de suas receitas, respectivamente, em ações e serviços de saúde. E mantém para o governo federal a destinação de recursos de acordo com a variação anual do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da Lei Orçamentária Anual (LOA).

Os 10% pleiteado pelo Movimento representa um incremento de aproximadamente R$ 43 bilhões de reais no orçamento da saúde, totalizando o montante de R$ 130 bilhões anuais.

Em nota, a Fenafar declara seu apoio ao Programa Mais Médicos, reafirma a defesa de uma carreira única de Estado para os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), a implantação do Plano de Cargos Carreira e Salários (PCCS) e a urgência de se ampliar o financiamento para a Saúde. Leia a íntegra, abaixo.

Valorizar os Profissionais de Saúde é fortalecer o SUS!

A Federação Nacional dos Farmacêuticos – Fenafar, declara seu apoio ao Programa Mais Médicos, recém lançado pelo Governo Federal através da Medida Provisória 621/2013. O programa é uma ação de emergência para a garantia de fixação de profissionais de saúde nas grandes periferias e demais municípios do país.

Defendemos uma Carreira Única de Estado para os trabalhadores do SUS. Entendemos que a MP 621/2013 figura como uma importante busca para o avanço na fixação de profissionais de saúde em todo o território nacional, onde há carência de mão de obra qualificada.

Entretanto, a proposta em estudo limita-se apenas a uma profissão da saúde, e reforça o equívoco de não reconhecer as ações multiprofissionais do setor da saúde, que vem se consolidando na última década, além de desconhecer os avanços no Sistema Único de Saúde (SUS).

A implantação do Plano de Cargos Carreira e Salários (PCCS) é uma necessidade para o fortalecimento da política de gestão do trabalho no SUS, já reconhecidas e deliberadas inúmeras vezes nas últimas Conferências de Saúde e de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde, em todas as esferas do governo e aprovadas nas Normas Operacionais de Recursos Humanos. A instituição das Diretrizes Nacionais do PCCS já é um grande avanço para a política de Gestão do Trabalho no SUS, mas ainda não foram implantados em muitas cidades e estados brasileiros. A proposta de estabelecimento de carreira única de Estado ou carreira nacional para os trabalhadores da saúde, a exemplo do existente no poder Judiciário, é um importante desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira como forma de garantir a fixação de trabalhadores e a assistência integral à saúde, importante diretriz do SUS.

Nesse sentido, a inclusão de todas as profissões da saúde contribuirá nas soluções para ausência de profissionais permanentes na atenção à saúde da população brasileira, e é importante a fim de garantir a integralidade e o caráter interdisciplinar no processo de atenção à saúde, necessários para a consolidação do SUS.

Ampliar o Programa para as demais categorias de saúde é garantir uma discussão democrática, equânime, justa para o trabalhador da saúde e comprometida com as diretrizes das relações de trabalho já estabelecidas no Sistema Único de Saúde.

Defendemos a manutenção dos Vetos da Presidenta Dilma ao Projeto de Lei do Ato Médico, por entender que eles representam uma vitória da saúde brasileira e a valorização dos profissionais de saúde e das ações multiprofissionais do setor. É importante que senadores e deputados apoiem esta medida como uma vitória para o Sistema Único de Saúde.

Porém, entendemos que este não é o único problema. O subfinanciamento do SUS continua a ser o grande gargalo do Sistema. Hoje, 45% do orçamento da União estão comprometidos com juros, amortizações e refinanciamento de dívidas, enquanto que a Saúde sobrevive com 4% deste orçamento.

A Fenafar tem apoiado o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública – Saúde + 10, que tem por objetivo coletar assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que assegure o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública brasileira, alterando, dessa forma, a Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012.

Em 15 meses, aproximadamente 2 milhões de assinaturas foram coletadas. E, no dia 5 de agosto de 2013, milhares de lideranças marcharão à Brasília para a entrega das assinaturas à Câmara dos Deputados.

Esta pauta está em sintonia com as manifestações ocorridas no último mês de junho, no qual os manifestantes exigiam uma saúde pública de qualidade, o que hoje não é possível devido ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde.

Federação Nacional dos Farmacêuticos

Fonte: Fenafar