Um agosto beethoviano em São Paulo
O mês de agosto conhece uma apoteose beethoviana em São Paulo. A orquestra Filarmônica Alemã de Câmara de Bremen apresenta, em quatro concertos nos dias 1 a 4 de agosto, o conjunto das nove sinfonias de Beethoven. E, de 9 a 11 de agosto, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre vai presentear os paulistanos com a apresentação da única ópera escrita por Beethoven, Fidélio.
Publicado 02/08/2013 02:18

Beethoven (1770-1827) escreveu, com força e vigor, a trilha sonora da revolução burguesa, antifeudal e antiaristocrata, da passagem entre os séculos XVIII e XIX. Ele faz parte, ao lado de Goethe e de Hegel, do trio de gigantes que, nascidos na Alemanha, resumiram as inquietações e as esperanças daquela época e apontaram, para a humanidade, o rumo do futuro.
Beethoven resumiu, na música, as esperanças de liberdade e fraternidade apontadas pela revolução que, desde a queda da Bastilha, na Paris de 1789, até as campanhas de Napoleão, encerradas em 1815, indicaram à humanidade um caminho novo.
Foi um duro crítico das pretensões da aristocracia (em 1804, quando Napoleão proclamou-se imperador, Beethoven riscou com violência e raiva a dedicatória que escrevera a ele na primeira página da Sinfonia nº 3, a Heróica). Em 1824, terminou a Sinfonia nº 9, Coral, com um poema de Schiller que fez do último movimento da Nova, a Ode à Alegria, um hino que proclama a alegria, a fraternidade, a igualdade e união entre os homens – um cântico do futuro.
Esta unidade entre música e a luta pela liberdade está presente também em Fidélio que, apresentada pela primeira vez em 1805, reflete o clima revolucionário de então.
Um motivo adicional de festa, nesta apoteose beethoviana, é o fato de que a Sinfonia nº 7 comemora, neste ano, os duzentos anos de sua primeira apresentação pública, que ocorreu em 8 de dezembro de 1813. E que PP&A reproduz, aqui, como homenagem ao autor destes monumentos da música universal (JCR).
Ouça a Sinfonia nº 7: