Camposenes colombianos retornam para casa após greve
Depois da assinatura de um Acordo Social pelo Catatumbo, os camponeses em greve nessa região colombiana há 53 dias anunciaram que neste sábado (3) desbloquearão as estradas e voltarão a suas casas.
Publicado 03/08/2013 11:48
"Vamos desocupar as vias de acesso e no acompanhamento estará presente o Escritório do Alto Comissário para os Direitos Humanos na Colômbia", informou a líder rural Olga Quintero desde Tibú, onde os camponeses e a comissão do Governo abriram caminho para retomar as negociações.
Com a presença da delegação governamental, presidida pelo vice-presidente Angelino Garzón, Quintero explicou que no sábado os manifestantes voltarão a seus diferentes municípios e que o Governo se comprometeu a dar garantias aos camponeses no retorno a sua terra.
Estavam presentes na assinatura desse pré-acordo os outros membros da equipe oficial, entre eles o ex-presidente Ernesto Samper, o congressista Iván Cepeda, o vice-fiscal José Perdomo e o presidente do Senado, Juan Fernando Cristo, quem propôs um gerente para administrar os projetos sociais para o Catatumbo.
Entre os convidados também esteve a ex-senadora Piedad Córdoba, porta-voz do movimento Marcha Patriótica, que tem apoiado a luta dos camponeses desde que começaram os protestos em 11 de junho.
"Estamos aqui sentados porque vamos confiar uma vez mais nos garantes que estão na mesa. Eles desempenharão um papel importantíssimo frente ao Governo", destacou o agricultor Eugenio Guerrero, um dos porta-vozes dos manifestantes.
Guerrero explicou como milhares de pessoas do Catatumbo, uma região abandonada durante décadas pelo Estado, se adoecem a cada dia por consumir água com óxido produto da companhia Ecopetrol, entre outras coisas.
"Solicitamos um hospital de terceiro nível, precisamos de uma nova institucionalidade, mas marcada com os camponeses, não pode ser que depois de 80 anos não haja água potável nessa região, afirmou por sua vez o porta-voz da Associação de Zonas de Reserva Camponesa, Cessar Jerez.
Hoje o mandatário colombiano, Juan Manuel Santos, que tinha colocado o levantamento dos bloqueios como condição para o diálogo, reafirmou que estão dispostos a negociar e que não haverá temas proibidos.
Queremos gerar um plano piloto no Catatumbo e ver como seria o futuro de paz nessa região tão afetada pela violência, apontou Santos.
Fonte: Prensa Latina