Greve de professores se converte em maior conflito paraguaio

A greve dos transportes no Paraguai terminou com o pagamento da dívida com o setor empresarial. No entanto, a greve de professores, que já dura duas semanas, agora se torna a principal fonte de conflito no país.

Até a terça-feira (6), somente a Federação de Educadores do Paraguai (FEP) – maior sindicato do setor – mantinha a medida de força com o apoio de 40 mil membros em todo o país. Agora, tanto a Organização de Trabalhadores da Educação, que reúne 16 mil professores, como o Sindicato de Diretores de Centro de Estudos, apoiam a manutenção da greve e duas das reivindicações principais.

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Distantes da possibilidade de uma ampliação imediata do orçamento do Ministério da Educação para o pagamento de bônus e salários, os manifestantes reclamam aumento das aposentadorias e a aprovação de vagas para aqueles que trabalham sem remuneração.

Trata-se, em último caso, de centenas de professores, especialmente da educação primária, que foram designados para dar aulas e desenvolver o trabalho por vários meses sem a aprovação da remuneração adicional que corresponde ao cargo.

A paralisação das atividades exercidas por esses grupos supera 50% das salas de aula do país e já obrigou o governo a estender o calendário escolar até o dia 24 de dezembro deste ano.

O setor educacional é um dos mais combativos do Paraguai e tem grande impacto sobre cenário social. Manifestações quase diárias em Assunção e no resto do país promovem bloqueios de vias, inclusive com o apoio dos alunos.

Dois dias atrás, a FEP instalou uma vigília em frente ao Congresso Nacional para reivindicar a aprovação de emendas na lei de pensões. Para esta quarta-feira (7), está prevista um grande ato de protesto no local.

A Federação planeja também uma espécie de “boas vindas” para o governo que toma posse no dia 15 de agosto. Estão, portanto, combinando atividades oficiais com uma concentração de 10 mil educadores reivindicando seus direitos.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina