PCdoB Recife inicia debate sobre temas do 13º Congresso

Na apresentação do documento, Marcelino Granja, dirigente partidário e secretário estadual de Ciência e Tecnologia, lembrou que o atual ciclo político, que teve início com a eleição de Lula, criou as condições de o Brasil dar um passo adiante.

“E nós caracterizávamos esse passo adiante como sendo, fundamentalmente, a superação da herança neoliberal deixada pelos governos Collor e FHC. Era essa a proposta do PCdoB, aliás é essa proposta central do PCdoB e a única razão pela qual o partido apoiou o governo Lula e apoia o governo Dilma. Isso é, que a eleição deles tornasse realidade o que nós queremos que é transitar do modelo neoliberal deixado para um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”.

Ele explicou ainda que o partido apresentou sua proposta a Lula e depois a Dilma onde defendia a necessidade se fazer mais, de ousar mais, cujo centro era aprofundar as mudanças políticas, econômicas e sociais que já estavam ocorrendo, para o Brasil sair do modelo anterior para um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento.

“E o partido propôs, então, que para darmos esse salto, para essa transição se concluir seria necessário que o Brasil fizesse um conjunto de reformas estruturantes nas áreas de educação, reforma agrária, tributária, sistema político-eleitoral, dos meios de comunicação, urbana, do sistema de assistência e saúde, um conjunto de seis reformas que seriam o meio de alcançar e implantar um novo projeto nacional de desenvolvimento que caracterizasse no Brasil uma subida no patamar civilizacional”, disse.

Balanço e perspectivas

Marcelino comentou ainda as duas principais pautas do 13º Congresso Nacional do partido. “São dois temas atualíssimos, o primeiro, um balanço dos dez anos do ciclo político iniciado pelo ex-presidente Lula. Claro que para um partido como nosso que se esforça para, além de analisar, se propor e agir como partido político intervindo na realidade política para modificá-la é balanço e perspectiva. Portanto, é uma atualização do PCdoB sobre a situação política do País, mas ao invés de ser uma análise puramente conjuntural do momento, apesar desse momento atual ser muito importante e peculiar, mas é uma análise da situação vendo o que aconteceu e a perspectiva. Portanto, é uma análise dialética das circunstâncias políticas que o Brasil vive desde 2003 até agora, marcado inclusive por acontecimentos políticos importantes que precisam ser analisados à luz desse ciclo político iniciado pelo presidente Lula em 2003 e apontando perspectivas”, destacou.

O segundo ponto da pauta do congresso, adiantou, é uma análise, um balanço e também perspectivas da crise do sistema capitalista que se instalou na economia mundial a partir da Europa, dos Estados Unidos e do Japão em 2008 e se prolonga até hoje. “O PCdoB tem uma análise sobre a natureza e o porquê dessa crise, quais são seus elementos centrais e logicamente as conseqüências de ordem política e teórica para a formulação da luta do PCdoB de agora em diante. Portanto, é um congresso centrado na política e voltado para a análise da realidade concreta, uma busca de interpretar os fatos correntes à luz de um processo político e histórico concreto que nós estamos vivenciando”, esclareceu Marcelino.

Ampliar o debate

Na abertura da reunião, José Bertotti, dirigente do partido, destacou a importância da participação da militância no aprofundamento do debate sobre os rumos do Brasil e a realidade política atual. “Os debates do Partido Comunista do Brasil não são debates que se fazem só internamente, o nosso debate é para dialogar com a população, com a sociedade, com as forças políticas vivas. O PCdoB é um partido que tem uma linha programática unificada para que nós possamos fazer esse debate”, afirmou.

O secretário municipal de Organização, Alessandro Freitas, apresentou propostas para o lançamento dos debates do 13º Congresso Nacional do PCdoB no Recife.

Do Recife
Audicéa Rodrigues