Só 12 médicos do DF são aprovados no Mais Médicos

Apenas 12 médicos do Distrito Federal estão confirmados no Programa Mais Médicos. O Centro-Oeste terá 9% da sua demanda atendida, ou seja, 99 profissionais serão distribuídos em 22 municípios.

O ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira a participação de 938 médicos que irão atender 404 cidades.

As vagas preenchidas equivalem a apenas 6% da demanda de municípios inscritos, pois o número necessário de profissionais para completar o quadro é 15.460 profissionais.

A intenção do Programa era atender 626 municípios, mas a quantidade de participantes é 53% menor do que o número de profissionais inscritos, ou seja, 815 médicos não vão participar, pois não concordam com o local para qual foram direcionados.

Os Estados que receberão mais médicos são Ceará (91), Bahia (85) Goiás (70), Minas Gerais (64), Espírito Santo (58), Pernambuco (55), Rio de Janeiro (49), Rio Grande do Sul (47), Amazonas (45) e São Paulo (45).

A baixa adesão levou o Ministério da Saúde a manter até a próxima quinta-feira (8/8), a possibilidade de indicação, pelos próprios médicos, de seis opções de cidades em que desejam trabalhar. Uma nova lista será publicada no sábado (10/8).

Para o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, José Fortunati, houve “fraude” nas inscrições. “Mais de 14 mil médicos fraudaram a inscrição”, disse. “O que imperou foi o sentido corporativista das entidades”.

Durante a apresentação dos dados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, trouxe a possibilidade de propor parcerias com universidades estrangeiras e com outros países. “Tendo o quadro da distribuição, onde se concentra a carência, fica mais factível para o Ministério da Saúde buscar parcerias com países e universidades”, disse o ministro. Atualmente, só são aceitas inscrições individuais de médicos formados fora do país.

O ministério recebeu denúncias de que grupos estavam se organizando para boicotar o programa e pediu que a Polícia Federal investigasse o caso. Mais de 6 mil inscritos deixaram o número do registro profissional em branco. Outros 171 colocaram traços ou zeros nos espaços e muitos colocaram números inconsistentes.

Quase 50% dos médicos inscritos concluíram a graduação entre 2011 e 2013. Mais de 70% dos profissionais se formaram nos últimos dez anos. Os profissionais começam a trabalhar em setembro. Ao todo, 51% dos profissionais vão atender em periferias de capitais e de regiões metropolitanas. Os demais vão atuar em municípios do interior de alta vulnerabilidade social.

Pouco mais de 47% dos profissionais têm entre 23 e 30 anos, 25,48% estão na faixa de 31 a 40 anos. Médicos com mais de 41 anos somam 27,24% dos inscritos. Os homens somam pouco mais de 58% dos médicos inscritos.

Dos 404 municípios que vão receber médicos, 213 estão em regiões com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, 111 em regiões metropolitanas, 24 são capitais. Foram atendidos ainda 16 distritos sanitários indígenas (Dsei). Mais de 2 mil municípios não atraíram o interesse dos profissionais, 782 em regiões prioritárias.

Apenas 11% dos municípios que aderiram ao Mais Médicos vão receber profissionais nesta etapa. A demanda atendida na Região Norte é 8,1%, no Nordeste, 7,7%. Sul e Sudeste tiveram cerca de 4% e da sua demanda atendida.

Os municípios têm até 25 de agosto para iniciar ao Ministério da Saúde como será feito o deslocamento do profissional e qual será a moradia oferecida ou se vai optar por pagar auxílio-moradia. Além de ajuda de custo, para compensar eventuais despesas de instalação, o médico receberá também auxílio do município para alimentação.

Os 1.920 médicos com diploma estrangeiro que também se inscreveram têm até a quinta-feira (8/8) para completar o cadastro. Dia 15 de agosto o programa vai abrir uma nova etapa de inscr ições para municípios e médicos.

Lançado dia 8 de julho, por medida provisória, o Programa Mais Médicos tem como uma das metas levar profissionais para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, dado prioridade a médicos formados no Brasil. A medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo pelo fato de o programa não exigir a revalidação do diploma de médicos formados fora do país.