Ofensiva anti-mercenária e eliminação do "Bin Laden" da Síria
O Exército Árabe Sírio manteve nesta segunda-feira (12) uma forte ofensiva contra os grupos mercenários e radicais islâmicos em uma operação que conseguiu eliminar um dos líderes terroristas mais notórios no território do Levante, o chamado "Bin Laden da Síria".
Publicado 12/08/2013 16:36
Abu Malik Al-Shahri, um dos principais chefes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, derivação da organização terrorista Al-Qaida neste país, foi pego no domingo na província síria de Latakia pelas tropas que recuperaram o controle de vários povoados atacados pelas forças irregulares.
Devido a seu físico parecido com o ex-líder da Al-Qaida, Al-Shahri era conhecido como o "Osama Bin Laden da Síria" e foi responsabilizado pela decapitação de dezenas de soldados e civis desde sua incorporação à guerra, destacou o canal de televisão Al-Alam.
Recentemente, as autoridades denunciaram os massacres de centenas de civis e militares por parte dos opositores armados em várias das localidades que ocuparam em Latakia.
Os integrantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante procuram fundar um califato regido pela xaria ou lei islâmica, cuja interpretação arbitrária os leva a degolar ou assassinar aqueles que se negarem a renunciar à sua religião e se converter ao islã mais ortodoxo.
A imposição da xaria mediante uma violência inusitada está provocando o desaparecimento de comunidades inteiras de minorias religiosas sírias (alauitas, cristãos, drusos) e de povos como o curdo, através de massacres cada vez mais frequentes.
Neste sentido, a jornalista tcheca Teresa Spintserova denunciou os crimes e atrocidades de ditos grupos terroristas, que aumentam à medida que as Forças Armadas avançam na reconquista de novas áreas do território nacional.
A repórter que visitou Damasco meses atrás junto a uma delegação de profissionais de comunicação, criticou em uma página digital de seu país o fato de alguns consórcios midiáticos justificarem que os mercenários assassinem crianças, mulheres e idosos sírios, qualificando os assassinos como rebeldes e combatentes da revolução.
Outro meio de comunicação tcheco, a revista Tidin, confirmou também na semana passada que mais de cem extremistas tchetchenos filiados aos grupos da chamada insurgência cometem massacres contra a população civil na Síria.
A fonte explicou que os fundamentalistas pertencem à organização terrorista Emirado do Cáucaso, proibida na Federação Russa, e revelou que Isa Umarov, primo de Movladi Udugov, líder ideológico da entidade, é um dos que contrata cidadãos na região para combater na Síria.
Apesar da onda de fundamentalistas e mercenários de cerca de 40 nacionalidades que estão neste país, Damasco expressou em várias ocasiões a decisão de combater ditas forças até o último mercenário.
O avanço das operações em Latakia, na província de Homs, e nos arredores da capital permitiu que o Exército eliminasse centenas de mercenários e restaurasse a segurança em povoados assolados anteriormente pelos opositores armados, como o caso de Qusseir, fronteira com o Líbano.
Foi anunciado no domingo que 70 cadáveres de sauditas, entre eles quatro mulheres que caíram em combate na Síria, foram devolvidos a seu país de origem, segundo um relatório da agência iraniana Mehr, que citou uma fonte oficial em Riad.
Em várias ocasiões, o governo sírio denunciou o papel ativo da Arábia Saudita no financiamento, recrutamento e envio de mercenários para derrocar o presidente Bashar Al-Assad.
Fonte: Prensa Latina