Suinocultura

 O Governo do Estado do Acre em parceria com o setor privado investe cerca de R$40 milhões na cultura de carne suína, na região do Alto Acre. Todo este investimento tem mexido até com a rotina de antigos moradores, que pensam em mudar de vida.

É o caso de Antônia Florencio, 50, nasceu e se criou trabalhando na agricultura, agora quer mudar os costumes. "Fia, eu cansei de trabalhar no sol, agora, quero ir pra sombra. Há muitos anos trabalho em roçado, sou eu que forneço hortaliça pra toda Brasiléia, agora eu quero um galpão pra criar porco, eu, meu marido e meus filhos", fala entusiasmada com o novo negocio que bate na porta.
Para fortalecer esse setor o Governo do Acre, por meio da secretária de Desenvolvimento Florestal, da Industria, do Comercio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), criaram a Dom Porquito S/A, empresa formada com capital público e privado, a exemplo da Peixes da Amazônia S/A, para tocar os investimentos na suinocultura, que acontece na região.
Na semana passada, 8, o secretário da Sedens, Edvaldo Magalhães, e o secretário de Agricultura Familiar, Lourival Marques, estiveram reunidos com mais de 50 produtores, entre eles, dona Antonia, que desejam entrar para o negocio da suinocultura.

O projeto é animador, mas como é novidade traz alguns medos para os moradores. "Quando a oferta é boa demais o santo desconfia, né mesmo?", comenta Saulo Ferreira, 71 anos.
Senhor Saulo trabalhou a vida inteira na roça, agora, mesmo com a idade avançada quer investir na criação de porcos.
"Vou entrar nesse negocio. Pelo que falam, e a experiência de alguns companheiros, acredito que pode ser uma boa saída. Um negócio que pode render bons lucros", diz entusiasmado.

No próximo dia 19 de agosto, acontece o lançamento do Programa de Suinocultura do Acre, onde o secretario da Sedens, Edvaldo Magalhães e o governador Tião Viana, estarão assinando ordem de serviço para construção de 55 galpões para engorda dos leitões, e um frigorifico com selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), para abate de animais e processamento da carne.
Segundo Paulo Santoyo, diretor presidente da DomPorquito, um mês depois que o frigorifico estiver funcionando, já poderá estar exportando carne para China, por exemplo.
"Podem me chamar de louco, mas podemos ser mais competitivos do que a Sadia e a Perdigão, por exemplo, pois temos grãos a vontade no nosso estado, para produzir ração, e estamos praticamente a margem do Pacifico", comenta.
Esta afirmação de Santoyo, mostra o desejo da Dom Porquito de não somente fornecer carne suína para o Acre, mas principalmente de fornecer proteína animal para: Bolívia, Peru e toda a Ásia.
É pensando nisso que a empresa Dom Porquito está investindo pesado em produção de suínos. O Governo do Estado estará construindo 55 galpões, em diferentes propriedades, no valor de R$190 mil cada, no total de quase R$ 10,5 milhões, com capacidade para 400 animais cada galpão.
O produtor terá que arcar apenas com a compra dos equipamentos, que poderá ser financiado pelo Banco do Brasil ou Banco do Amazonas, através do Programa Mais Alimento, do Governo Federal.
“O governo não quer que esse produtor seja apenas engordador de porco, nós queremos que ele seja dono do negocio também. Por isso, que depois de tudo pronto, o Governo do Acre, estará encaminhando projeto para a Assembleia Legislativa e doará 25% de suas ações na DomPorquito para a Cooperativa de Suínos. Dessa forma, eles se tornarão sócios da Dom Porquito, com direito a voz, voto e participação nos lucros", comentou Edvaldo Magalhães.

Mais um motivo para o negócio se tornar mais atraente para os produtores. Pessoas como dona Antonia e sr. Saulo, que a vida inteira trabalharam no pesado na roça, nao irão apenas engordar leitões para a Dom Porquito, eles irão ser sócios da empresa de suínos mais moderna do país, a Dom Porquito.
A empresa já matem funcionando em Brasileia um centro de reprodução. Enquanto as unidades de engorda não ficam prontas, funciona também como tal. "Com a estrutura que temos hoje, que é pequena, estamos abatendo 400 animais mês, mas quando todos os galpões e o frigorifico estiverem funcionando teremos capacidade de abater 220 leitões diariamente", afirmou Santoyo.
O frigorifico da DomPorquito terá capacidade de processar 90 mil quilos de carne por dia e empregar cerca de 800 pessoas. "Quanto mais se produz, mais se ganha", alerta Santoyo aos produtores, futuros socios da empresa.
Cada produtor poderá lucrar inicialmente R$ 2 mil/mês, mas à medida que o negocio for crescendo estes númerospoderão quadriplicar. O exemplo é Gideão Silva, que trabalha com a Acre Aves e hoje fatura em media R$12 mil por mês, com a criação de frangos, negócio menos lucrativo.
Ainda de acordo com Paulo Santoyo, a Dom Porquito só tem a crescer. "Hoje a empresa vale R$40 milhões, mas eu garanto que dentro de cinco anos ela estará valendo mais de R$ 100 milhões", afirmou.
O negocio está atraindo produtores, que querem mudar de ramo e ganhar dinheiro. 48 pessoas já foram selecionadas para entrar no negocio, o próximo passo agora é criar a cooperativa.
"Vocêsterão que se organizar, se cooperar, porque o Governo do Acre não ajuda individualmente, ele ajuda a coletividade e vocês unidos terão toda a ajuda necessária do governador TiãoViana", comentou Edvaldo Magalhães, no final da reunião com os produtores de Brasileia.