Pedro Guerreiro: Unidade e luta

Após 15 anos de avanços das forças progressistas e revolucionárias em países da América Latina e do Caribe, iniciados com a eleição do comandante Hugo Chávez como presidente da Venezuela e, que abriram caminho ao progresso de diversos processos de desenvolvimento soberano para a melhoria das condições de vida de amplas camadas da população, recuando as forças neoliberais e os EUA, eis que o imperialismo procura retomar a iniciativa de recuperar o terreno perdido.

Por Pedro Guerreiro, no Avante!

Para alcançar os seus objetivos, o imperialismo incrementa e intensifica a ingerência sistemática, procurando articular, aglomerar e reorganizar as forças reacionárias nos países em que sofreram os maiores golpes – após anos de brutais políticas neoliberais pelas quais foram responsáveis – além de utilizar a sua influência e domínio político, económico e ideológico para promover a desestabilização dos processos progressistas e revolucionários, através da instrumentalização das suas dificuldades, contradições ou limites.

Foi assim com os golpes de Honduras e do Paraguai e com os golpes derrotados na Venezuela, no Equador ou na Bolívia. É assim também com a contínua e intensa operação de desestabilização na Venezuela, a atual operação de petrolíferas contra o Equador, a provocação à Bolívia ou o bloqueio a Cuba. É assim com o aumento da pressão sobre todos os governos da América Latina que resistam aos ditames do imperialismo.

Para impor o seu domínio político e económico mais facilmente, os EUA intentam fazer fracassar os vários processos de cooperação e integração da América Latina e do Caribe – como a Alba, a Unasur, a Celac ou, mesmo o Mercosul –, que sendo processos distintos e tendo objetivos diferentes, se caracterizam pela afirmação da soberania e interesses dos países latino-americanos e caribenhos e, consequentemente, pelo seu carácter anti-imperialista. Neste sentido, os EUA promovem a denominada Aliança do Pacífico, integrada pelo Chile, Peru, Colômbia e México – países com quem estabeleceu “tratados de livre comércio”, que visam o aumento da exploração, o saque dos recursos naturais, a concentração da riqueza e o estabelecimento de relações baseadas no domínio/subordinação económica na região do Pacífico –, contrapondo isso aos processos de cooperação e integração da América Latina.

Igualmente, os EUA têm vindo reforçar a sua presença militar através da instalação de 75 bases e alojamentos e da presença da sua IV Frota na América Latina e no Caribe, para além dos acordos que estabelece nesta área, de que é exemplo o recente acordo entre a Colômbia e a Otan.

Perante a contra ofensiva do imperialismo e com a consciência que as conquistas que foram alcançadas, se não forem defendidas e aprofundadas, poderão ser reversíveis, as forças mais consequentes procuram reforçar a unidade entre as forças revolucionárias e progressistas para alcançar novas vitórias e levar mais adiante, com o apoio e a participação dos trabalhadores e dos povos, os processos democráticos e de transformação social, económica e política, assim como os processos de cooperação e integração mutuamente vantajosa e solidária entre estados soberanos, apontando a necessidade do aprofundamento dos seus objetivos programáticos, estratégicos e ideológicos.

Conhecendo os grandes desafios que a América Latina enfrenta, o Partido Comunista de Portugal é solidário com a luta dos seus povos pela soberania, por avanços democráticos