Presidente da agência de privatizações da Grécia é denunciado

A agência que coordena os processos de privatização na Grécia perdeu dois presidentes em menos de seis meses. Segundo comunicado do governo neste domingo (18), Stelios Stavridis teve de se demitir, depois de a imprensa noticiar a sua viagem no jato privado do empresário que comprou uma empresa pública, na vaga de privatizações exigida pela "troika" Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia (CE).

Grécia - AFP

No comunicado, o Governo diz que o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, pediu a demissão do presidente da HRADF (a sigla em inglês da agência para as privatizações), que foi imediatamente aceita por Stavridis.

O jornal Proto Thema noticiou, no sábado (17), que Stelios Stavridis viajou no jato privado de Dimitris Melissanidis, o maior acionista de um consórcio de capitais gregos e tchecos que, na semana passada, fechou um acordo de compra de 33% da empresa de jogos de apostas Opap.

Dimitris Melissanidis é descrito pela agência de notícias AFP como um homem de negócios com interesses no setor petrolífero e que recentemente comprou o histórico clube de futebol AEK, com problemas financeiros.

De acordo com a versão noticiada, a viagem terá acontecido imediatamente depois da assinatura do acordo de compra dos 33% da Opap, por 652 milhões de euros (2 bilhões de reais).

Para não despertar o receio de que o caso pode comprometer o processo de privatizações previsto no programa de "resgate financeiro" à Grécia gerido pela troika, Yannis Emiris, responsável executivo da HRADF, assegurou que tudo corre dentro da normalidade. “Não haverá atrasos no programa”, disse à Reuters.

Os credores internacionais admitiram, em ulho, rever as condições de atuação da HRADF, caso a agência não consiga atingir a meta de 100 bilhões de euros de receita neste ano. A vaga de privatizações imposta pela troika aos países que pedem resgate financeiro tem sido contestada por diversos partidos e movimentos de esquerda, contrários à medida e à dependência dos seus países, que ficam reféns das políticas neoliberais.

Com agências,
Da redação do Vermelho