Grécia precisará de novo pacote financeiro, diz ministro holandês

Depois do Governo alemão, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE), agora foi a vez de o presidente do Eurogrupo (comissão de ministros da Economia e Finanças da zona do Euro), Jeroen Dijsselbloem, dizer que a Grécia poderá precisar de um terceiro resgate financeiro. “Algo mais terá que acontecer”, disse, em entrevista ao diário holandês Het Financieele Dagblad, desta quinta-feira (22).

Protestos na Grécia - 4BP

“Um novo programa será necessário, porque o atual pacote de ajuda termina no final de 2014”, afirmou, em linha com a posição assumida nesta semana pelo ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, e que levou os responsáveis europeus a falar sobre o futuro do programa de ajustamento econômico e financeiro da Grécia, sob graves críticas de diversos setores.

Para Dijsselbloem, também ministro das Finanças da Holanda, os problemas da economia helênica não serão resolvidos quando o atual programa terminar, razão pela qual diz que “algo mais” terá de ser equacionado pela zona euro; o quê, em concreto, não se sabe.

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Wolfgang Schäuble foi taxativo ao afirmar que será “necessário um novo programa” para a Grécia, um cenário que a Comissão Europeia como o BCE não excluem, deixando tudo em aberto sobre o programa grego. A população, entretanto, tem realizado manifestações massivas contra a interferência das instituições na política socioeconômica do país, sobretudo com as "medidas de austeridade" exigidas (baseadas no corte de gastos sociais, principalmente).

O comissário para os Assuntos Econômicos e Financeiros, Olli Rehn, diz que a resposta europeia pode passar por um prolongamento dos prazos dos empréstimos. E o alemão Jörg Asmussen, membro da comissão executiva do BCE, afirmou na quarta-feira (21). em Atenas: “A Europa vai avaliar as medidas e uma assistência suplementar se a Grécia tiver conseguido um excedente primário [orçamental] anual, e se o plano de consolidação orçamental estiver correndo bem”.

O Governo alemão tentou, ao mesmo tempo, reduzir o ruído à volta da afirmação de Wolfgang Schäuble, que já tinha falado na hipótese de os gregos precisarem de mais financiamento dos credores internacionais (um cenário que não causa surpresa nos mercados financeiros), mas que esta semana foi incisivo.

A repercussão pública do discurso do ministro alemão das Finanças a um mês das eleições legislativas na Alemanha (a 22 de Setembro) obrigaram a chanceler alemã a voltar ao tema. Na quinta-feira, Merkel remeteu uma decisão para 2014 e afirmou: “O que Schäuble disse sobre a Grécia ontem [terça-feira], todos sabíamos”.

Com informações do Público