Outro líder da Irmandade Muçulmana é detido no Egito

Mohamed Badie, guia espiritual da Irmandade Muçulmana egípcia, foi detido nesta segunda-feira (19), em meio a uma escalada repressiva castrense contra manifestações convocadas por essa organização islamita, informou nesta terça-feira (20) a televisão nacional. Seu filho foi morto durante confronto entre os islamitas e a polícia na sexta (16), que foi chamada pela entidade de "dia da fúria".

Mohamed Badie - AFP

O líder religioso foi preso junto a outro membro da Irmandade, Talat Yousef, ao cabo de seis dias de confrontos entre as forças oficiais e os manifestantes que apoiam a Irmandade e o presidente deposto pelo Exército, Mohamed Mursi, desde a passada quarta-feira (14), com o despejo de dois acampamentos pacíficos dos protestos.

A detenção de ambos teve lugar em um apartamento próximo à praça Rabaa al Adauiya, que junto à praça Al Nahda foi uma das duas ocupadas por partidários do presidente Mursi, destituído e detido desde o começo de julho.

Os confrontos, desde a quarta passada, entre forças conjuntas da Polícia e do Exército e os manifestantes, na capital egípcia, Cairo, e na península do Sinai, entre outras regiões do interior, acumulam já cerca de 800 mortos e milhares de feridos.

A informação sobre a morte de Ammar Badie, 38, foi confirmada neste sábado (17) pelo Partido Liberdade e Justiça, integrado à Irmandade Muçulmana, que é um movimento islamita transnacional.

Ammar foi um dos dezenas de mortos durante o confronto na praça Ramsés, no centro do Cairo, palco das manifestações de sexta que, segundo o Ministério da Saúde, deixaram 83 mortos e mais de mil feridos.

Os islamitas, no entanto, dizem que as mortes passaram de cem, apenas naquele dia, em que também mais de 1.000 membros e partidários da Irmandade foram presos.

Os protestos dos islamitas, cuja demanda principal é o regresso de Mursi ao poder, são enfrentados de forma violenta pelo Governo interino, estabelecido pela Junta Militar. Na sexta, as forças policiais e do Exército tinham recebido autorização, inclusive, para usar munições letais contra os manifestantes.

Com Prensa Latina,
Da redação do Vermelho