Reino Unido pressiona o Guardian a destruir arquivos de Snowden

O Reino Unido ameaçou o jornal britânico The Guardian com um processo judicial, caso não destrua os arquivos relacionados com o programa de espionagem generalizado dos Estados Unidos, revelados pelo ex-técnico da inteligência estadunidense, Edward Snowden, através do Guardian.

Glenn Greenwald - Agência Senado

Alan Rusbridger, jornalista deste diário britânico, informou que uma autoridade governamental pediu a destruição ou devolução de todos os materiais “sobre o que andamos trabalhando”.

Segundo o jornalista, em diferentes reuniões, os agentes governamentais exigiram o mesmo. “Entreguem os dados enviados por Snowden ou os destruam (…), não é necessário escrever mais”, demandaram as autoridades do Estado.

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Rusbridger disse também que os agentes da inteligência britânica (GCHQ, pela sigla em inglês), foram testemunhas de como os computadores que continuam a informação enviada por Snowden foram destruídos.

As declarações do jornalista foram veiculadas depois de as autoridades britânicas enfrentarem duras críticas pela detenção do brasileiro David Miranda, companheiro de Glenn Greenwald, jornalista do mencionado jornal, conhecido pela autoria das revelações dos documentos que Snowden lhe enviou.

Após condenar a detenção, por nove horas, de Miranda, por uma sei arbitrária que aplicada a “suspeitos de terrorismo”, o jornalista britânico advertiu que, em breve, seria possível “que todos tenham acesso às fontes confidenciais”.

No começo do mês, Greenwald afirmou que havia recebido cerca de 20.000 documentos secretos enviados por Snowden, e depois da detenção de Miranda, alertou que publicará mais documentos sobre o Reino Unido, e não seria intimidado.

“Tenho muitos documentos sobre o sistema de espionagem do Reino Unido. Agora meu foco também estará nele. Creio que vão se arrepender do que fizeram”, disse Greenwald.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, negou que o governo estadunidense tenha pedido a detenção de Miranda ao Governo britânico, pela relação com o caso Snowden. “Foi uma decisão deles próprios, e não uma solicitação dos EUA”, assegurou.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho