Médicos cubanos são recebidos com atos de apoio em Salvador

O diretor do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e da Associação José Martí, na Bahia, Antônio Barreto Sousa (Barretinho) foi um dos organizadores da recepção aos médicos cubanos no aeroporto 2 de julho, em Salvador. Em conversa com o Vermelho, Barretinho disse que o ato de apoio aos profissionais foi muito emocionante. “Cantamos ‘bem-vindos, cubanos’, levamos faixas de apoio e entregamos flores. Demos às boas vindas aos hermanos, foi uma manifestação calorosa que resultou até em choros de emoção. E eles chegaram empunhando bandeirinhas do Brasil e de Cuba. Foi emocionante”, contou.

Na saída para o saguão do terminal, os profissionais de saúde ouviram palavras de ordem como “Cubano amigo, Brasil está contigo”, “Cuba sim, ianque não, viva Fidel e a revolução!” e agradecimentos pela aceitação para se integrarem ao Programa brasileiro. Uma das médicas chegou a chorar e disse que vir ao Brasil era uma ocasião “muito emocionante”.

Ao falarem com a imprensa, os médicos cubanos enfatizaram que não vieram ao Brasil obrigados pelo governo cubano, explicaram que estão em missão, em ato de solidariedade, como já fizeram em outros países.

De acordo com Ivette López, não é verdadeira a acusação de setores ligados a partidos e organizações oposicionistas sobre uma suposta obrigação do regime cubano em vir ao País. “Não é certo (a sugestão de obrigação). Não é verdade. Nós viemos aqui somente por solidariedade. Igual em outros países quando trabalhamos”, negou.

A médica defendeu que os profissionais cubanos que chegaram à Bahia têm larga experiência em atendimento em outros países e continentes e que o objetivo do grupo é a ajudar o povo, enquanto a remuneração é um assunto de importância menor. “Não há preocupação com quanto vamos ganhar ou a bolsa. Esta não é a preocupação. Nós viemos aqui somente por solidariedade”, disse.

O médico Emilio Vital ressaltou que todos os colegas que vieram ao Brasil manifestaram a vontade de trabalhar aqui.

Preparação

Os profissionais caribenhos serão enviados para 22 municípios da Bahia considerados de extrema pobreza para trabalhar em unidades de saúde básica. Segundo o secretário de Saúde da Bahia, Jorge Solla, todas as unidades estão equipadas, porém sofrem com a ausência de médicos. Muitas delas, ele afirma, já têm equipes técnicas e de enfermeiros, mas ainda não o médico responsável.
Haverá três semanas de avaliação dos profissionais, com cursos de língua portuguesa, adaptação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à realidade do interior baiano. O secretário reforçou ainda que, apesar da chegada dos cubanos via Mais Médicos, o governo da Bahia tem convênios com a Organização Pan-Americana de Saúde que traz médicos de outras nacionalidades para trabalhar na Bahia.

Solla criticou também os detratores do projeto e disse que “quem é contrário a esse programa (Mais Médicos) é contrário à saúde pública brasileira, é contrário à população mais excluída”.

“Se você for ver quem são esses municípios, são populações que moram em regiões de maior distância da capital, dos centros urbanos. Nós fizemos investimentos em três governos para fazer mil postos de saúde, equipados e com equipe. Infelizmente o número de médicos não cresceu na mesma proporção e esse reforço é fundamental. O Brasil não é o primeiro País. São mais de 60 países que recebem profissionais médicos de Cuba através de convênios de cooperação com resultados muito positivos.”

Após o desembarque, os militantes saíram em caminhada pelo aeroporto entoando palavras de ordem.

Assista abaixo vídeo feito pelos próprios militantes na recepção aos médicos de Cuba no Aeroporto Internacional 2 de Julho, em Salvador: