Secretaria da Mulher valoriza artesãs do Itapoã

No ultimo dia 22, o Itapoã foi a cidade escolhida para receber o “Quinto Encontro de Economia Feminista e Solidária” promovido pelo projeto “Selo Rede Mulher Artesã”, iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal articulada pela Subsecretaria de Políticas para as Mulheres.

Cerca de 40 artesãs locais participaram da atividade, realizada na quadra poliesportiva da cidade.
Crochê, bordado, arte com reciclagem, arte em tecidos e madeira e patchwork são algumas das técnicas que as habilidosas moradoras do Itapoã usam como forma de sustento e, em alguns casos, de terapia. Para Olgamir Amancia, secretária da Mulher do DF, o artesanato é uma oportunidade que as mulheres têm de se manifestar. "Por meio da arte, elas revelam suas contradições. São trabalhos marcados não só pela materialidade das condições de subjugação da mulher, mas também pelas esperanças e perspectivas", observa.

Maria Deuzélia Carvalho, coordenadora do grupo de artesãs Maria Flor, criado em 2007, confirma a avaliação da secretária. "Ao mesmo tempo em que algumas associam o artesanato à terapia, elas enxergam no trabalho uma maneira de complementar a renda ou, até mesmo, sobreviver com ela. Por isso, no nosso grupo, privilegiamos as mulheres acima de 40 anos, desempregadas ou com trabalhos informais", explica a coordenadora.

Para Zélia, como é conhecida na comunidade, a realização do encontro no Itapoã e a possível escolha do grupo para receber o Selo Rede Mulher Artesã será uma excelente oportunidade para valorizar o trabalho local, gerando emprego e renda para a população. "Com a visibilidade que vamos adquirir, teremos mais facilidades na hora de escoar a produção", acrescenta.

Outra iniciativa que pode gerar desenvolvimento econômico para a cidade é a efetivação do Banco Comunitário do Itapoã. Zélia Carvalho, que também é agente de crédito do banco, acredita que com a criação da moeda social, o dinheiro passará a circular na cidade – único local em que será aceito –, estimulando o crescimento da economia da região.

Paulo Gonzaga, administrador do Itapoã, participou do encontro e parabenizou a Secretaria da Mulher pela iniciativa, que vai ao encontro dos projetos da Administração Regional. "Quando vemos uma Secretaria de Estado atuando na ponta, temos clareza de que não só as artesãs serão valorizas, mas toda a comunidade local", afirmou o administrador.

Saiba mais –

O projeto Selo Rede Mulher é um instrumento de articulação do Programa Rede Mulher Artesã sob a perspectiva do Comércio Justo e Solidário, cujo objetivo é certificar e empoderar 50 grupos com material publicitário, catálogo e inserção na rede de comércio justo e solidário no Distrito Federal.

Na prática, a economia feminista aponta para a necessidade de visibilização, reconhecimento e valorização do trabalho das mulheres, destacando os trabalhos artesanais e manuais, os quais são quase sempre produzidos no ambiente doméstico. Diante disso, o Selo Rede Mulher irá contribuir para estimular o empreendedorismo e o cooperativismo feminino; efetivar canais permanentes de divulgação e escoamento da produção artesanal, entre outros.

Ao todo, mais 10 Encontros de Economia Feminista e Solidária serão realizados no Distrito Federal até o final de 2013. O próximo será na quarta-feira, 28, no Riacho Fundo I. Com a iniciativa, Secretaria da Mulher pretende valorizar e dar visibilidade ao trabalho de mais de mil artesãs do DF.