Comunistas sul-africanos pedem moderação em protestos no país
O Partido Comunista da África do Sul emitiu um comunicado em que pede moderação aos manifestantes na cidade de Ekhuruleni, na província de Gauteng (no norte). De acordo com o comunicado, o protesto do começo da semana, que se tornou violento, tinha como objetivo chamar a atenção da municipalidade às reivindicações dos ex-combatentes, “pessoas africanas e negras historicamente oprimidas, da classe trabalhadora e empobrecida”, motivadas principalmente “pela nossa Revolução Democrática Nacional”.
Publicado 30/08/2013 14:17
O comunicado afirma que o partido “está profundamente chocado pelos atos de violência nos protestos dos ex-combatentes”, ocorridos na província de Gauteng, onde estão a capital sul-africana Pretória, e a cidade de Johanesburgo, capital financeira.
“Enquanto o PCAS entende perfeitamente e apoia as exigências legítimas dos nossos ex-combatentes, nós condenamos o uso de violência contra órgãos do Estado democrático que foram um produto de sacrifícios altruístas das magnânimas forças e mártires do nosso movimento de libertação inteiro”, lê-se no comunicado.
O documento afirma que o partido acredita que o “governo democrático liderado pelo presidente Jacob Zuma tem feito progressos significativos e qualitativos após a 52ª Conferência Nacional [em 2007] do ANC [partido no governo, o Congresso Nacional Africano], em Polokowane, para estabelecer estruturas apropriadas dentro do Estado que respondam às exigências dos ex-combatentes”.
Nos recentes meses, membros do Congresso dos Sindicatos Sul-africanos (Cosatu) têm protestado firmemente contra a implantação de dezenas de pedágios eletrônicos nas estradas da província, em um processo de implantação e privatização que consideram controverso.
Os comunistas dizem acreditar também, de acordo com o documento, que o Movimento de Libertação Nacional sul-africano “criou plataformas revolucionárias para agir como a voz dos ex-combatentes”, e por isso, o uso da violência para ressaltar reivindicações é “infeliz e inapropriado”.
“Como parte do caminho adiante nesta questão, o Partido Comunista da África do Sul envolverá estruturas fraternas e da Aliança [de governo, formada entre o PCAS, o ANC e o Cosatu] para encontrar uma solução construtiva e decisiva para a luta histórica de ex-combatentes merecedores”.
Com informações do PCAS,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho