EUA preparam forças para eventual ataque contra a Síria

Os Estados Unidos continuam nesta sexta-feira (30) os preparativos para uma eventual ação militar contra a Síria, com a localização de agrupamentos navais e equipamento aéreo em áreas próximas ao país árabe, no meio de uma ampla campanha midiática.

Com o pretexto do suposto uso de armas químicas por parte do Governo do presidente Bashar Al-Assad, a Casa Branca detalha as missões de seu exército que sustentariam a intervenção militar e tenta convencer o Congresso sobre a necessidade de uma ação desse tipo.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou nesta sexta-feira que Washington tem "todas as provas" necessárias sobre a suposta culpa do Governo sírio no uso das armas químicas.

Kerry afirmou que os Estados Unidos estão preparados para realizar um ataque preventivo contra alvos na Síria, "porque os serviços de inteligência conhecem detalhes sobre os lugares de onde foram lançadas as substâncias tóxicas".

Por outra parte, funcionários públicos da Casa Branca tiveram uma conferência telefônica na quinta-feira à noite com os principais líderes do legislativo, com o objetivo de obter apoio político a qualquer decisão que adote o Executivo para uma ação militar.

Da reunião participaram representantes do Departamento de Estado, do Pentágono e das agências de inteligência estadunidenses, que garantiram a mais de vinte legisladores que existem evidências claras de que as forças do Governo de Damasco foram responsáveis pelo uso das substâncias tóxicas.

Os funcionários públicos garantiram que os EUA possuem as provas e a justificativa legal para realizar um ataque e evitar que os líderes sírios utilizem novamente as armas químicas, assegura nesta sexta-feira o diário The New York Times.

Nos últimos dias, a Armada estadunidense reforçou sua presença na região do Golfo Pérsico com a chegada dos porta-aviões Harry S. Truman, com dois cruzeiros lança míssil e igual número de destróieres como navios escolta, que relevarão o grupo similar do USS Nimitz, que se encontra na área desde março passado.

No entanto, foi ordenado ao Nimitz permanecer na região até novo aviso, decisão que o Pentágono qualificou de prudente, ainda que seus porta-vozes se negaram a confirmar que a presença do Nimitz seria vital na eventualidade de uma ação militar contra a Síria.

O Pentágono confirmou também o deslocamento de um quinto destruidor para o Mar Mediterrâneo oriental, como parte dos preparativos para uma operação militar contra esse país do Levante.

Cada um destes navios é capaz de portar várias dúzias de mísseis cruzeiro Tomahawk, que seriam a peça central dos primeiros golpes contra alvos militares e civis em território sírio.

A população estadunidense se opõe a uma ação militar de grande envergadura contra a Síria, mas se inclina a realização de golpes limitados para socavar as capacidades do exército sírio de realizar ataques com armas químicas, revelou nesta sexta-feira uma pesquisa da rede NBC.

Segundo essa pesquisa, a imensa maioria dos estadunidenses querem que Obama obtenha a aprovação do Capitólio antes de realizar qualquer ataque contra a nação árabe.

Especialistas e meios de imprensa afirmam que quanto à aviação militar, além da que está a bordo dos porta-aviões – cada um com capacidade para transportar ao redor de 80 aeronaves – Washington mantém uma forte presença aérea em suas bases na Itália, Turquia e vários países do Oriente Médio.

Além disso, os bombardeiros de longo alcance em território continental estadunidense podem atingir alvos em território sírio em uma viagem transatlântica e cumprir missões de ataque, caso seja tomada a decisão política.

Fonte: Prensa Latina