O catastrofismo não sabe o que dizer diante da alta do PIB

Os jornais deste sábado (31) bem que mereciam ser edições comemorativas de um hipotético “Dia do Sorriso Amarelo”.

PIB

Diante da alta – mais que inesperada, chocante – do PIB, formou-se um coro quase unìssono de que “não se animem, a coisa já está piorando”, enquanto se buscavam “especialistas” para prever como vai se dar, amanhã, a catástrofe tão desejada.

Dilma terá o terceiro pior PIB entre 30 presidentes, brada a Folha, usando a voz de um economista que, não surpreende, também coloca na rabeira os anos de desenvolvimento de Lula, situando-o em décimo-nono.

O Globo chega a fazer um editorial dizendo que o resultado não autoriza otimismo, pedindo mais cortes nos gastos públicos – que já foram decepados, como mostra o resultado analítico do PIB pelo IBGE – e a continuidade do arrocho no crédito: “O importante é não subordinar o BC ao calendário eleitoral.”

Tradução: folga para quem ganha com arbitramento de juros, aqui e lá fora, e travas para quem precisa investir, produzir e consumir, o que é, afinal, o que põe a rodar a economia real, aquela que existe fora dos terminais de computador dos bancos.

Claro que nada autoriza a supor que o bom desempenho do segundo semestre se repita, mecanicamente, no terceiro e no quarto trimestres. Mas igualmente nada faz supor que vá ser inferior. E, com toda a certeza, será significativamente superior que o segundo semestre de 2012, inegavelmente ruim.

Mas a elite brasileira parece amofinar-se diante de qualquer perspectiva de progresso quando a sabe inclusiva socialmente. Afinal, o Brasil do atraso não lhe era tão mal, porque nada lhe faltava, exceto uma nação. Da qual, aliás, ela não se sente parte.

Por isso, talvez, o chinês Yin Mingshan, de um grupo chinês que fabrica automóveis no Uruguai e vende aqui diz, numa entrevista à Folha que só um idiota não investiria no Brasil.

E que ele não sabe que há muitos idiotas por aqui.

Fonte: Tijolaço