Protógenes quer pedir extradição de senador boliviano  

O presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Bolívia, deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) pretende entrar com representação no Ministério da Justiça contra o senador boliviano Roger Pinto Molina. Deputados e senadores membros do Grupo Parlamentar devem enviar uma comissão à Bolívia para colher documentos dos processos que correm contra o senador. 

O deputado Delegado Protógenes explicou que, reunindo os documentos, irá pedir a extradição de Molina. “Faremos uma representação junto ao Ministério da Justiça. Já havia falado com Evo Morales sobre o caso do senador, na época em que ele estava refugiado na embaixada brasileira. O presidente disse que se Molina fosse preso político, daria pra resolver. Só que na verdade, ele é traficante de drogas, traficante de armas, desviou dinheiro público…”, disse o deputado, em referência à conversa que teve com o presidente boliviano durante o 19º Foro de São Paulo, que reuniu entidades e líderes de esquerda, no início de agosto.

O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), um dos membros do Grupo Parlamentar Brasil-Bolívia, destacou que para tentar solucionar o caso do senador boliviano, será preciso analisar quais acordos entre os dois países envolvidos estão em vigor para subsidiar um possível processo de extradição de Molina. “Temos que saber o que diz o tratado bilateral entre Brasil e Bolívia. Outra opção seria o acordo do Mercosul, já que os dois países participam do bloco”, disse.

Grande repercussão

O caso do senador boliviano ganhou repercussão após ele cruzar a fronteira entre Brasil e Bolívia num carro da embaixada brasileira, no último dia 24 de agosto. Molina estava há mais de um ano abrigado na embaixada do Brasil como asilado político. Ele responde a cerca 13 processos judiciais, incluindo por corrupção, e já foi condenado a um ano.

A operação de fuga teve a participação do diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que autorizou a liberação do senador sem antes comunicar as autoridades brasileiras. A ação foi considerada pelo governo brasileiro quebra de hierarquia e acabou causando a derrubada de Antônio Patriota do Ministério das Relações Exteriores.

“A atitude do diplomata quebrou várias regras dos direitos internacionais e violou tratados firmados entre Brasil e Bolívia”, destacou Protógenes.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Protógenes Queiroz