Luciano: Não estamos de mãos vazias, mas temos de ouvir o povo

 A participação popular como peça fundamental para a construção de políticas públicas e de elevação do nível de consciência política do povo do Recife foi o tema central do pronunciamento do vice-prefeito Luciano Siqueira na solenidade de abertura do Seminário Recife Participa – A cidade feita por todos nós, ocorrida sexta-feira (30).

 Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR

O evento promovido pela Prefeitura do Recife se estendeu até domingo (01) e visou à ausculta da sociedade sobre suas principais demandas. As sugestões discutidas em salas temáticas e posteriormente avaliadas pelo governo irão compor o Plano Plurianual 2013-2017 e a Lei Orçamentária 2014. Luciano e o prefeito Geraldo Julio participaram do encontro durante os três dias.

“Aos poucos, não só vocês que aqui estão e vem de diversas áreas da cidade, mas também a própria equipe de governo, aos poucos vão compreendendo melhor o que é o Recife Participa. Aos poucos porque parece uma coisa complexa tantas formas e canais de participação que a população tem ao seu dispor para questionar, cobrar, sugerir, acompanhar, fiscalizar, influenciar o nosso governo. Tem até a Ouvidoria, que em breve estará funcionando”, disse Luciano a uma plateia de cerca de 700 pessoas que participaram da abertura do seminário.

“Isso quer dizer que o modelo de participação, de muitos diálogos da Prefeitura com o povo do Recife nos permite respeitar todos os níveis de organização do povo da cidade, inclusive, as pessoas que não estão organizadas, mas também querem influenciar. A resultante disso será, certamente, um governo melhor, que erre menos, que acerte mais”, afirmou.

Participação popular

Em seu pronunciamento, o vice-prefeito do Recife destacou ainda a importância da participação como instrumento da elevação do nível de consciência do povo.

“Algo preciosíssimo que não depende de nós, do prefeito e de nossa equipe, mas que podemos incentivar é a elevação do nível de consciência política do povo do Recife, da consciência cidadã, de cada um e cada uma poder aos poucos saber a dificuldade que tem no seu bairro, na sua categoria profissional, reivindicar com firmeza, mas também compreender, eventualmente, as explicações, as informações, de forma que todos possam participar de alguma dessas formas de diálogo com a prefeitura e aos poucos ir se tornando pessoas conhecedoras do que é a gestão pública e vão poder como cidadãos/ãs escolher melhor nas eleições, compreender melhor os governos, cobrar melhor e fazer valer a vontade do povo”.

Luciano lembrou que na história do Recife foi Pelópidas da Silveira o primeiro prefeito a estimular a organização do povo, que ele se organizasse por si mesmo, que estabelecesse uma relação de independência, mas também de cumplicidade com o governo da cidade. “Isso há mais de 50 anos”, enfatizou.

Ele disse ainda que a participação popular “era uma ânsia, uma vontade, um desejo tão grande, tão reprimido no povo brasileiro, nos 21 anos de ditadura militar, que quando veio a Assembleia Nacional Constituinte foi uma enxurrada de caravanas a Brasília, que conseguiram muitas coisas, entre as quais, consignar na Constituição mecanismos de participação popular”.

“Daí em diante, sobretudo, de 2003 pra cá, quando assumiu a Presidência da República o presidente Lula, nós temos, gradativamente, experimentado quase uma “farra” de participação. Mais de 1 milhão de brasileiros e brasileiras já participaram de conferências setoriais nos municípios e estados e das conferências nacionais, para definir políticas públicas”.

Influência do povo

Luciano ressaltou também o papel e a influência do povo na construção do Plano Plurianual e na Lei Orçamentária.

“Este seminário, que vai nos oferecer sugestões para a próxima Lei Orçamentária só pode dar um bons resultados. Nós não estamos aqui de mãos vazias, nós elaboramos um programa de governo durante a campanha, registramos em cartório, colocamos na internet para qualquer pessoa acompanhar e cobrar, já trabalhamos esses sete meses com afinco e pactuamos metas de acordo com o programa e com o que nós escutamos do povo depois da eleição. Há um trabalho a caminho e em breve nos terão a campanha publicitária na televisão e a cidade do Recife vai ver o conjunto da obra que nós estamos realizando’, adiantou.

“Não estamos de mãos vazias, mas estamos muito longe de pensar que prescindimos da ausculta de vocês, do depoimento de vocês. Vocês terão oportunidade de ver depois onde o que nós escutamos aqui influenciou num detalhe, numa prioridade, no sentido de tirarmos o melhor proveito. Esse é um momento muito feliz do nosso governo”, finalizou.

Audicéa Rodrigues
Do Recife