"O 13º Congresso do PCdoB vai definir o rumo das tarefas do futuro"

 O papel dos comunistas no Brasil de ontem e de hoje, a ameaça dos Estados Unidos atacar a Síria, a espionagem do governo estadunidense contra o governo brasileiro foram temas da conversa informal de Haroldo Lima, membro do Comitê Central do PCdoB, com Luciano Siqueira e a equipe do gabinete do vice-prefeito (foto).

 Haroldo está no Recife para participar do lançamento do Caderno de Teses do 13º Congresso do partido, que acontece nesta segunda-feira (02), a partir das 19h, no Plenário da Câmara Municipal. Antes, o dirigente, juntamente com Luciano, a deputada Luciana Santos e o presidente do PCdoB-PE, Alanir Cardoso, foi recepcionados pelo prefeito Geraldo Julio, que recebeu das mãos dos comunistas exemplar do Caderno de Teses.

Inicialmente, Haroldo Lima destacou a evolução da situação política do Brasil, citando como exemplo o fato de que há cerca de 40 anos os comunistas viviam na clandestinidade, “escondidos”, e hoje ocupa espaços institucionais importantes, como a vice-prefeitura da cidade. “É bonita a evolução das coisas, embora, também seja bonito aquele período (da ditadura militar) porque é um período heroico, exigiu muito daquela geração na resistência forte, sem o que corria-se o risco daquilo se implantar pacificamente e, assim, se estruturar uma situação de atraso em nosso país”, disse.

Ele elogiou ainda o fato de o prefeito do Recife, Geraldo Julio, manifestar o reconhecimento do papel dos comunistas no restabelecimento da democracia no Brasil. “Tenho consciência de que a mim cabe agora por diante fazer tudo para construir, nesse novo momento histórico a democracia, uma cidade progressista, com recursos razoáveis para o povo”, afirmou o dirigente comunista, reproduzindo comentário do prefeito.

“Eu fiquei satisfeito ao perceber que sendo ele (Geraldo) uma pessoa da nova geração tem consciência de que isso (o atual momento) não caiu do céu, é uma continuidade histórica, as conquistas foram se adensando e terminou nessa situação”, comentou Haroldo.

O dirigente comunista ressaltou ainda que o Recife vive hoje uma situação muito positiva, que se relaciona com a situação do país. “O Recife não está à margem do Brasil e no Brasil, como conjunto, nós chegamos a conquistar uma situação de mudanças razoavelmente importantes”.

Ele citou com exemplo a retirada de 40 milhões de brasileiros da faixa da pobreza, do início do governo do ex-presidente Lula até agora. Isso nos permite fazer a seguinte comparação: 40 milhões de pessoas que nós tiramos da faixa de pobreza no Brasil. Isso significa que nós introduzimos no mercado de consumo uma Argentina porque a Argentina tem 41 milhões de habitantes. É uma mudança extraordinária”.

Outra mudança importante é o fato de pela primeira vez o Nordeste ter crescido mais do que o resto do país, nesse período. “Recife, Pernambuco, cresceu bem mais do que o próprio Nordeste. Fortaleza passou a ser a cidade com o maior PIB do Nordeste, está a frente de Salvador”, comemorou.

13º Congresso

Sobre o 13º Congresso do PCdoB, Haroldo Lima explicou que no processo de preparação do evento, os comunistas estão discutindo o que está acontecendo no Brasil, como o partido está participando disso e os rumos futuros.

“Estamos avaliando quais são as debilidades, as insuficiências, buscando identificar isso para ver o que fazer. O Congresso tem esse objetivo: avaliar esse processo e definir quais são os rumos que podemos tomar. A nossa ideia básica é que o processo está sendo positivo, nós avançamos o nosso país, o nosso povo está em um patamar superior ao que estava há dez anos atrás, mas tem insuficiências, debilidades, que nós precisamos identificar e com isso definir um pouco o rumo das tarefas do futuro, por onde nós vamos encaminhar no futuro a busca pela solução dos gargalos que estão por aí, nós achamos que com algumas reformas estruturais”.

Haroldo Lima repudiou ainda, com veemência, a ameaça dos Estados Unidos da América de atacar a Síria e a espionagem praticada pelo governo estadunidense contra a presidenta Dilma e ministros de Estado brasileiros.

Do Recife,
Audicéa Rodrigues

Foto: Flávio Campos