Estudantes protestam no Chile contra "legado de Pinochet"

Segundo informações da organização divulgadas pelo jornal La Nación, cerca de 80 mil estudantes chilenos saíram hoje às ruas para exigir profundas mudanças no modelo educacional nacional, que ainda tem sua base na época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Os manifestantes querem romper “o legado de Pinochet” e exigem um ensino gratuito e de qualidade, pedindo que o Estado assuma um papel de liderança neste sentido. 

Estudantes protestam no Chile contra "legado de Pinochet" - EFE

Dirigentes estudantis fizeram um chamado aos estudantes para que cuidassem para evitar qualquer desordem que possa desvirtuar a mobilização.

Para o presidente da Federação de Estudantes de Chile, Andrés Fielbaum, "as mobilizações são as melhores ferramentas que temos para transformar o país”. Ele garantiu à imprensa chilena que, no protesto, estariam presentes “todos aqueles que querem construir um país que deixe de ser herança de Pinochet”.

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Diego Vela, líder da Federação de Estudiantes da Universidade Católica de Chile (Feuc), disse em uma conferência na quarta-feira (4), que essa “é uma data muito particular, porque está a poucos dias dos 40 anos do golpe, data que fraturou um país e que finalmente impôs frente a tortura e matança de milhares de chilenos”. Segundo ele, o golpe deixou “um modelo político, econômico e social que hoje evidencia as consequências nefastas que teve”.

Nesta mesma conferência, os estudantes deram a conhecer um programa de 11 páginas com a compilação das demandas históricas do movimento estudantil e do movimento social.

"Concebemos a educação como um direito social universal que deve ser garantido como tal pela Constituição Política do Chile. O ensino deve estar liberado de todo interesse particular, ao contrário, deve contribuir com o desenvolvimento social e econômico do país para a satisfação de um interesse geral”, afirmou Vela.

Da redação do Vermelho,
Com informações do jornal La Nación do Chile e da Prensa Latina