Festival Sagarana começa nesta quinta no interior de Minas 

A sexta edição do Festival Sagarana oferece uma programação intensa que inclui encontros, seminários, oficinas, debates, caminhadas ecológicas, apresentações culturais e shows. Desde 2006, já atraiu mais de 50 mil pessoas e conserva um público cativo, que debate e propõe soluções práticas a partir uso de tecnologias sociais de baixo custo para as comunidades rurais, o que dá novo fôlego a cultura popular e fortalece a identidade cultural e autoestima dos que lá vivem.

A programação conta ainda com oficinas de bambuzeria, malabares e pirofagia, fabricação de vassouras com garrafas pet, construção de pipas, dentre outras.

A agenda está repleta de atividades, e até os intervalos de almoço e jantar estão reservados para apresentações culturais, peças teatrais e performances. Em todas as noites o palco principal e a geodésica irão receber shows de artistas locais, músicos mineiros, repentistas e bandas convidadas, como Pereira da Viola, Cabruêra, Criolina, Chico Assis, João Santana, Chico Lobo, Siba e Victor Santana.

A hospedagem dos visitantes é feita nas casas dos nativos, hotéis próximos ou na área de camping. Quem vai à Sagarana vive, por alguns dias, os hábitos de quem mora no local.

Terceira margem

A região do Vale do Urucuia, onde está situado o município de Sagarana, é cenário vivo para a literatura do escritor mineiro, Guimarães Rosa, patrono do festival, que se faz presente como elemento norteador desta edição, cujo slogan “Rumo à Terceira Margem” convida para uma profunda reflexão.

Inspirado em um de seus contos mais famosos, carrega consigo a simbologia e o teor enigmático presente na história de um homem que se afasta do convívio familiar e da sociedade, preferindo a solidão do rio, no qual navega em uma canoa construída com um propósito: servir de veículo na busca de respostas ou para a resposta aos questionamentos existenciais.

Procurar a terceira margem parece ser a busca de todo ser humano, de sua identidade, de sua cultura. Em Sagarana, o sertanejo volta às suas origens e vive de perto a tradição do sertão mineiro.

O festival é organizado pela própria comunidade com o apoio do Centro de Referência em Tecnologias Sociais do Sertão (CRESERTÃO) e da Agência de Desenvolvimento do Vale do Urucuia (Adsvru). O evento, também apoiado pela Fundação Banco do Brasil (FBB), promove a difusão das tecnologias sociais e se propõe a discutir as questões referentes à cultura, desenvolvimento e sustentabilidade daqueles que vivem no distrito de Sagarana, sem se esquecer dos milhares de sertanejos do Vale no Urucuia.

Conheça o site do Festival  e a página no Facebook , alimentada periodicamente com novidades.

Da Redação em Brasília