Professores colombianos começam greve nacional

Pelo menos 330 mil professores de mais de 15 mil colégios públicos paralisarão, nesta terça-feira (10) um protesto massivo, por tempo indefinido, liderado pela Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode), devido ao fato de o governo não ter várias vezes cumprido acordos feitos com os trabalhadores.

Pouco a pouco o país está voltando à normalidade, após duras jornadas de tensão por uma greve nacional que ainda hoje se mantém viva, 23 dias depois. Longe de acabar, a insurgência social continua crescendo.


Leia também:

Protestos: Governo colombiano e camponeses chegam a acordo
 

Os educadores afirmam que a paralisação estará de pé até o Estado cumprir com os pagamentos atrasados desde 2002 e reivindicam um decreto que regulamente o regime de saúde do magistério para que exista um marco jurídico, porque, dizem, até agora só está sustentado em contratos de saúde.

"Estamos falando de 330 mil professores, oito milhões de alunos, cinco milhões de famílias e, com a Mesa Ampla Nacional Estudantil, entre todos seríamos uns 12 milhões de colombianos", informou Luis Grubert, presidente da Fecode.

"A dívida e a falta de cumprimento aumentaram e a indignação se generalizou entre os trabalhadores da educação", afirmou Grubert em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9).

Segundo cifras da Fecode, a dívida acumulada desde 2002 com os trabalhadores da categoria está calculada em bilhões de dólares.

O presidente Juan Manuel Santos volta a enfrentar outro grande protesto social, enquanto ainda tenta se repôr de outra mobilização que mantém milhares de camponeses à espera de soluções contundentes para tirar o campo colombiano da pobreza.

Ainda que o governo e os professores tenham começado a dialogar na semana passada, as negociações não geraram frutos.

A maioria dos temas importantes – como as alterações ao decreto de serviços, a retroatividade das aposentadorias e a solução à crise de saúde – devem ser blindados com compromissos assinados por sua extrema importância e delicadeza, afirmaram os sindicatos em um recente comunicado.

"Dissemos ao governo que o que não conseguirmos na mesa, estamos dispostos a conseguir nas ruas", afirmaram os maestros.

A greve dos educadores acontece um dia antes da mobilização dos estudantes, que exigirão com uma grande marcha nacional de tochas, a partir de todas universidades do país, uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Fonte: Prensa Latina