Espanha: Catalunha renova sua luta a favor da independência

Com uma corrente humana e uma manifestação, os catalães tentarão reeditar nesta quarta-feira a concentração gigantesca de um ano atrás em Barcelona para exigir que seja realizada uma consulta de autodeterminação nessa comunidade autônoma espanhola.

Diversas plataformas independentistas comemorarão nesta quarta-feira (11) o tradicional Dia da Catalunha – conhecido como Diada – com chamados renovados à realização de um referendo, um novo desafio ao Governo central, que o considera ilegal.

Uma corrente humana de milhares de pessoas, chamada de Via Catalã para a Independência, pretende percorrer 86 povoados e cidades ao longo de 400 quilômetros, de norte a sul dessa comunidade do nordeste espanhol.

A Via Catalã está inspirada na corrente humana de 600 quilômetros que a oposição contrarrevolucionária da Estônia, Letônia e Lituânia protagonizou em 1989 para exigir a separação das três repúblicas do Mar Báltico da então União Soviética.

Vestindo camisetas amarelas, os participantes darão suas mãos de maneira simbólica, em alusão à tomada de Barcelona pelas tropas franco-espanholas em 1714, depois da Guerra de Sucessão, que reduziu a autonomia catalã.

Pela cidade Condal, passará por lugares emblemáticos como a praça Sant Jaume, a catedral da Sagrada Família ou uma parte do estádio Camp Nou, do Football Club Barcelona.

Para os organizadores do ato, o objetivo é claro: pressionar o presidente catalão e líder de Convergência e União (CyU, direita nacionalista catalã), Artur Mas, para que organize um referendo de autodeterminação em 2014.

Esta consulta é também uma reivindicação da Esquerra República de Catalunha, grupo independentista de esquerda que se converteu na segunda força política nas eleições de novembro último desse território autônomo.

Artur Mas comunicou na passada quinta-feira sua intenção de realizar em 2016 eleições plebiscitárias, se o governo conservador de Mariano Rajoy vetar a consulta em 2014.

O líder regional disse que não descarta converter em plebiscito as eleições regionais de 2016, quando conclui a legislatura, caso o Executivo espanhol impeça o referendo sobre a independência catalã.

Enfatizou, no entanto, que se trata de um cenário que deseja evitar porque suporia um enfrentamento com o Governo central.

Minha intenção é poder fazer a consulta em 2014 e levá-la a cabo com o consentimento do Estado espanhol, afirmou o líder de CyU.

O Tribunal Constitucional deste país europeu aceitou em maio um recurso apresentado pela administração de Rajoy contra a declaração de soberania aprovada pela Catalunha.

Com a entrada da demanda a processamento junto ao Executivo, o alto tribunal suspendeu temporariamente o acordo adotado no passado dia 23 de janeiro pelo Parlamento catalão, que define esse território como sujeito político e jurídico soberano.

Com informações da Prensa Latina