Amigos e familiares prestam último adeus a Gushiken

Amigos, familiares e muitos políticos prestaram neste sábado (14) as últimas homenagens ao ex-ministro Luiz Gushiken, de 63 anos. “China”, como era conhecido entre os mais próximos, comandou a Secretaria de Comunicação no primeiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e morreu na noite de sexta-feira (13), em São Paulo, após uma luta de 12 anos contra um câncer no intestino. Além de Lula e muitos correligionários, a presidente Dilma Rousseff foi se despedir do amigo.

Pela manhã, durante encontro do PT em São Paulo, Lula declarou que Gushiken sofreu após ser acusado de envolvimento no mensalão. O STF o inocentou no ano passado. O ex-presidente chorou bastante. “Eu sei o que sofreu com as infâmias que levantaram contra ele. Sofreu muitos anos, de um lado com a doença e de outro com a perseguição”, disse. Na quinta-feira, a maior estrela petista visitou Gushiken no hospital. “Era um cadáver em cima de uma cama à espera de um descanso. Não merecia ter sofrido o quanto sofreu”, comentou Lula.

“Em 2002, quando eu fui candidato, ele tinha tirado uma parte do estômago, do intestino. Ele me levou à vitória nas eleições de 2002”, lembrou o ex-presidente. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e os deputados João Paulo Cunha e José Genoino, condenados no mensalão, também estiveram no velório. Na saída, Genoino não quis conversar com a imprensa. Disse apenas que “o silêncio fala por mim”. Em seu blog, Dirceu afirmou que a denúncia de peculato contra Luiz Gushiken no mensalão foi “uma das maiores injustiças da Ação Penal 470”.

O corpo do ex-ministro foi velado durante toda a manhã de sábado. Logo depois de chegar ao Cemitério do Redentor, no Bairro do Sumaré, na Zona Oeste de São Paulo, às 7h20, familiares pediram que a imprensa não acompanhasse o velório dentro da capela. O enterro ocorreu às 16h. Um pouco antes, às 15h20, a presidente Dilma Rousseff chegou ao local acompanhada de Lula e dos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha. O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara, e o ex-ministro da Justiça e advogado de réus da Ação Penal 470 (chamado de mensalão) Márcio Thomaz Bastos também estiveram presentes.

O senador Eduardo Suplicy afirmou que as acusações contra Gushiken contribuíram para agravar o quadro de saúde. “Eu acho que inevitavelmente todo esse processo certamente contribuiu para enfraquecê-lo e diminuir a resistência dele. O câncer se espalhou pelo corpo e ele retirou diversos órgãos e fez inúmeras cirurgias. Então, o sofrimento por causa desse processo acabou penalizando bastante a ele próprio. Mas acho que foi muito importante para ele e para a família saber que ele foi inocentado”, disse.

Fonte: Estado de Minas