Manuela D´Ávila: Novos passos, novos desafios 

Viver é aprender e fazer escolhas. Desde quando comecei a militar no movimento estudantil, na UJS e no PCdoB, fiz uma escolha para minha vida: lutar por um mundo melhor, por transformações sociais. Por democracia, igualdade, justiça. Os anos passaram e eu sigo defendendo, essencialmente, as mesmas causas, seja nos corredores da universidade, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre ou no Congresso Nacional.

Por Manuela D´Ávila*

 Em 2014, completarei dez anos de mandatos eletivos e quinze anos de militância no Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Nos últimos oito anos, em Brasília, coordenei por duas vezes a bancada do Rio Grande do Sul, presidi a Comissão de Direitos Humanos e sou Líder da bancada do meu partido. Fui, por cinco vezes, escolhida uma das parlamentares que melhor representa a população e por três – uma das cem mais influentes do Congresso. Considero, portanto, que estou encerrando um ciclo de muito aprendizado, êxitos e alguns equívocos. Mas sinto que é tempo de buscar algo novo.

Gosto da ideia do filósofo Heráclito de que nada é permanente, exceto a mudança.

Após meses de reflexão e conversas com o meu partido, minha família e amigos, tomei a decisão de não concorrer à reeleição para a Câmara Federal no ano que vem e sim à Assembleia Legislativa.

Tenho muita vontade de devolver ao meu Estado a experiência que acumulei nesses dois mandatos em Brasília. A situação do Rio Grande exige atenção e estou disposta a dar minha contribuição. Acredito que a política deve ser espaço de renovação, e que o meu estado e a minha cidade – Porto Alegre – poderão contar ainda mais comigo se estiver mais próxima do que hoje estou. E eu ficarei feliz militando fisicamente mais perto da população e dos movimentos sociais.

Pra mim, ter sido vereadora de Porto Alegre foi algo tão gratificante quanto é ser deputada federal. Aprendo muito com as pessoas nas ruas, com minha equipe, com os funcionários de carreira e com os meus colegas. Estou tendo uma passagem honesta e de grandes aprendizados no Congresso. E chegou de novo a hora de seguir adiante.

Sei que serei substituída na Câmara Federal por gente de meu partido tão comprometida quanto tenho procurado ser. Jamais acreditei ser a única com a “cara da nova política”.

Alguns apressados poderão afirmar: “há alguma desesperança!” Não. Nenhuma. Sei que a luta para transformar o Brasil é permanente e longa. É exatamente por isso que permito me pensar como uma militante e lutadora da transformação social a longo prazo.

Estarei no Rio Grande, para, desde aqui, dar, se o povo me der a honra, minha contribuição ao Brasil.

Um beijo e boa luta,

Manuela

*É deputada federal pelo PCdoB do Rio Grande do Sul e líder do Partido na Câmara.