Estudantes ocupam sala do reitor na UnB

Cerca de oitenta estudantes ocuparam, na tarde de ontem (17), a reitoria da Universidade de Brasília (UnB). A movimentação começou quando policiais à paisana forçaram os universitários a liberar a sala que estava sendo usada, há mais de um mês, como sede do movimento da assistência estudantil, o CASSIS.

A sala BT 260, localizada no Instituto de Física do campus Darcy Ribeiro, atendia a cerca de 3 mil alunos. Com a ocupação da assistência estudantil, passou a ser palco de atividades culturais e reuniões políticas do movimento. Contudo, o uso irregular da sala levou a Procuradoria Jurídica da UnB a reintegrar a posse do local.

Denise Bontempo, decana de Assuntos Comunitários da universidade, foi uma das responsáveis a apresentar propostas alternativas aos membros da assistência. “Desde o dia 19 de agosto, estamos tentando negociar com os estudantes. Ao longo desse tempo, oferecemos duas salas potenciais para que eles pudessem escolher uma delas. Vale lembrar que as opções são de caráter provisório, até que a gente localize um espaço maior, no térreo.”

Os integrantes do movimento da assistência estudantil, contudo, veem essa proposta com desconfiança. “Eles querem nos colocar em um lugar provisório, mas nós sabemos que nunca é temporário. O meu curso está num depósito do Instituto de Artes há 30 anos, provisoriamente”, conta Tatiana Berioska, que cursa Artes Plásticas na UnB.

A retirada dos estudantes provocou tumulto entre eles, que caminharam rumo à reitoria gritando a frase “Ocupa, ocupa, ocupa e resiste!”. Por volta das 16h, somavam quase cem alunos, que adentraram a força no gabinete do reitor, quebrando a porta. De acordo com eles, a ocupação permanece até que as reivindicações sejam atendidas.

O protesto dos estudantes tem fim incerto. “A gente vai discutir, talvez, a ocupação de outra sala. Eu não sei como será isso. Porém, se não tem a galinha, não podemos contar com os ovos. O jeito é esperar”, diz Tatiana. Já para Denise, a situação é complicada. “Antes, o que estava em jogo era uma sala. Agora, é o gabinete do reitor. Eu não sei o que eles realmente querem. Não nos foi entregue nenhum documento novo”, lamenta.