Mais um líder camponês é assassinado no Paraguai
Inocencio Sanabria, de 46 anos, dirigente camponês paraguaio, foi encontrado morto com marcas de tiros em sua casa, no departamento (equivalente a estado) de Conceição. Segundo confirmação da polícia local, o assassinato foi cometido por dois indivíduos, que também atiraram três vezes contra o filho do dirigente, Idio, de 20 anos – que está em estado grave.
Publicado 18/09/2013 15:25
Sanabria foi identificado pelo Serviço de Paz e Justiça como líder de uma organização local oposta à extensão sem controle de plantações de soja. Ele lutava para evitar o avanço da propriedade latifundiária, o que inevitávelmente resultava em desalojamento dos camponeses dedicados à agricultura familiar.
As informações transmitidas pela emissora Rádio Ñandut, apontaram que os assassinos chegaram em uma motocicleta no final da tarde de terça-feira (17) e sem mediar palavra abriram fogo contra Sanabria e seu filho, que tentou fugir.
Outros casos
Marciano Jara, outro líder camponês da região, comentou que a situação de insegurança vivida pelos ativistas nas populações do norte do país é preocupante. Como exemplo, citou os assassinatos de Vidal Vega e Benjamín Lezcano, também mortos em suas respectivas casas.
Em agosto, o camponês Lorenzo Areco, foi assassinado no município de Yby Yau, um dia antes da posse do novo presidente paraguaio, Horácio Cartes. Areco era um líder importante na luta pela reforma agrária no Paraguai. Ele ocupava o cargo de Secretário de Terra e Reforma Agrária do Comitê Executivo da Organização Campesina Regional de Concepción (OCRC) e também era Diretor de Cadastro da Municipalidade (prefeitura) de Yby Yau.
Busca por respostas
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) divulgou uma nota no dia 29 de agosto, exigindo uma resolução sobre as mortes e afirmou que é obrigação do Estado investigar e responsabilizar os culpados por esses crimes. A CIDH destacou que os casos deveriam ser tratados com urgência.
A comissão exigiu que fossem tomadas as medidas cabíveis para garantir a segurança e integridade física dos defensores dos direitos humanos no país, em especial dos envolvidos na questão dos camponeses Sem Terra. Mais de 20 dias se passaram a violência parece persistir no Paraguai.
Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa latina