Cuba: Movimento pela Paz condena bases militares estrangeiras

Nesta quinta-feira (19), o Movimento Cubano pela Paz analisou e repudiou o papel que exercem as bases militares estrangeiras, principalmente as estadunidenses, sob o pretexto da luta contra o terrorismo e o narcotráfico. Durante uma oficina oferecida na sede do grupo, em Havana, os ativistas condenaram a ingerência das grandes potências contra a soberania dos povos. 

Guantânamo - protesto - The Guardian

Neste sentido, Doris Quintana, membro do secretariado do movimento, denunciou os vícios jurídicos e as violações do direito internacional por parte dos Estados Unidos sobre o território ocupado pela Base Naval da Baía de Guantânamo.

Segundo ela, nesta base – a maior da América Latina, com 910 militares norte-americanos – “se comete o desrespeito aos direitos humanos, como a tortura dos presos”. A mesma denúncia já foi feita diversas vezes por organizações humanitárias internacionais. O próprio Comitê Antitortura da Organização das Nações Unidas (ONU) conclamou os Estados Unidos a fechar seu campo de detenção em Guantânamo, bem como todas as prisões mantidas pela CIA ao redor do mundo, e a parar de utilizar o que chamou de "métodos cruéis e técnicas de interrogatório degradantes".

Doris explicou que a estação naval foi imposta em Guantânamo mediante a alegação de um apêndice introduzido na Carta Constitucional de Cuba. A chamada Emenda Platt foi um dispositivo que autorizava os Estados Unidos a intervir naquele país a qualquer momento em que interesses recíprocos de ambos os países fossem ameaçados.

A ativista disse ainda que “sob o falso pacto de arrendamento infinito, a administração norte-americana deposita milhares de dólares anuais em um banco”, soma que o governo cubano não cobra por não reconhecer esse acordo.

Por sua vez, Manuel Carbonel, funcionário do Ministério de Relações Exteriores de Cuba, ressaltou que o instrumento principal da política exterior da nação norte-americana, sempre foi o uso de suas forças militares. Segundo ele, “o único objetivo dos EUA é a hegemonia e a ingerência”.

O encontro sublinhou a ameaça de instalações militares para os povos do mundo, pela sua multiplicidade e modernização tecnológica, além de sua rede bélica capitaneada, na maioria dos casos, pelos Estados Unidos.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina