Ex-presidente da França será processado por abuso de confiança
O tribunal de apelações de Burdeaux confirmou nesta terça-feira (24) o processo contra o ex-presidente francês Nicolás Sarkozy (2007-2012) por ter se aproveitado da senilidade da milionária Liliane Bettencourt para obter fundos destinados a sua campanha eleitoral.
Publicado 24/09/2013 19:38
A sala de instruções desse tribunal recusou 12 recursos apresentados pelos acusados neste caso, inclusive o do Sarkozy, que reclamavam a anulação do processo.
Os acusados alegavam que o exame médico sobre a deterioração mental da mulher mais rica da França foi realizado por um conselho médico presidido por Sophie Gromb, uma amiga do juiz Jean-Michel Gentil, que conduz o caso.
No entanto, o tribunal rejeitou os recursos e deixou Gentil em liberdade para convocar um próximo julgamento contra o ex-chefe de Estado e os demais envolvidos.
Quase todos os recorrentes são suspeitos de terem se aproveitado da demência senil da herdeira do império L'Oréal para obter benefícios econômicos e outros favores.
No caso de Sarkozy, estima-se que o então candidato ao Palácio do Eliseu se beneficiou do estado de saúde de Bettencourt e lhe extraiu ajuda financeira para sua campanha de 2007.
A decisão emitida neste terça pela corte de Burdeaux significa um duro revés para o político, a quem seus partidários pretendem apresentar como candidato presidencial em 2017 pela conservadora União por um Movimento Popular.
Se for provado o delito de abuso de confiança, o ex-inquilino do Palácio do Eliseu pode ser condenado a três anos de prisão e cinco de inabilitação para exercer cargos públicos, além de uma volumosa multa.
Sendo processado e condenado, seria o segundo presidente da V República condenado por um tribunal, depois que Jacques Chirac (1995-2007) fora declarado culpado de apropriação indevida e malversação pelo Tribunal Correcional de Paris.
Fonte: Prensa Latina