Marcha das Vadias toma conta das ruas de Ribeirão Preto

A "Marcha das Vadias", movimento mundial de mulheres que luta por políticas de defesa à mulher, realiza pela primeira vez neste sábado (28) um ato em Ribeirão Preto, no interior (313 km de São Paulo). Nesta data também é comemorado o dia Latino Americano e Caribenho pela Descriminalização do Aborto.


Marcha das vadias em Ribeirao Preto / foto: mídia ninja

A passeata começou por volta das 11h em frente ao Theatro Pedro 2º, no calçadão da rua General Osório, e segue pelas ruas da região central da cidade. A Policia Militar acompanha.

A organização é feita por instituições como a Frente Feminista de Ribeirão e o Coletivo Feminista Capitu, fundado por estudantes da faculdade de direito da USP de Ribeirão Preto.

Elas reivindicam políticas públicas e integrais de atenção à saúde da mulher, entre elas, a descriminalização e legalização do aborto.

O movimento também pede a igualdade de salários e condições de trabalho para homens e mulheres, fim da violência obstétrica e autonomia da mulher para dar à luz como quiser, e a criminalização da homofobia e da transfobia.

"Queremos sensibilizar as autoridades a implementar políticas para as mulheres contra a violência em geral, tanto contra mulheres quanto outros tipos de violência", disse Raquel Altoe, 19, estudante de direito e integrante da Frente Feminista de Ribeirão.

A previsão é que a marcha retorne ao Theatro Pedro 2º. No local, estão previstas rodas de conversa feminista, batucada e intervenções artísticas, a partir das 14 horas.

A Marcha das Vadias recebeu esse nome após uma onda de estupros na Universidade de Toronto, no Canadá, em janeiro de 2011.

Um policial convidado para orientar sobre segurança disse que as mulheres poderiam evitar o estupro se "não se vestissem como vadias".

A fala, que coloca a mulher como culpada pela agressão, gerou muita indignação e a primeira Marcha das Vadias.

O movimento se espalhou pelo mundo, com o caráter de denunciar a violência contra a mulher e a atribuição da culpa à vítima.

Com Folha de S. Paulo