"Mulher Tome Partido"

 Por iniciativa do gabinete da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), a Aleac realizou nesta quinta-feira, 26, uma sessão especial intitulada “Mulher Tome Partido”, slogan do movimento da bancada feminina da Câmara Federal para ampliar a participação das mulheres na política.

 A sessão foi aberta pelo deputado Jamyl Asfury (PEN), 2º vice-presidente, em função da ausência do presidente Elson Santiago (PEN), e do 1º vice-presidente, deputado Moisés Diniz (PCdoB) que estavam viajando. Como a sessão era totalmente dedicada às mulheres, Jamyl cedeu a condução dos trabalhos à deputada estadual Antônia Sales (PMDB).

Perpétua explicou que a campanha foi deflagrada pela bancada feminina em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral e a Secretaria Nacional de Política para Mulheres e que está realizando audiências públicas em todos os estados. “Não se pode discutir democracia na política sem participação das mulheres. Se mantivermos o ritmo atual, porém, vai levar 150 anos para conquistarmos igualdade com os homens”, afirmou Perpétua.

A deputada informou que embora as mulheres constituam mais da metade da população e do eleitorado brasileiro, têm apenas 45 representantes na Câmara Federal e sete no Senado. No Acre tem apenas duas deputadas federais, quatro deputadas estaduais e quatro vereadoras na capital. “Por isso idealizamos este movimento pluripartidário, pois não podemos permitir que as cores dos partidos nos separem”, ressaltou Perpétua, lembrando uma frase da ex-presidente do Chile, Michele Bachelet: “Quando uma mulher entra na política, a mulher muda. Mas quando muitas mulheres entram na política, a política muda”.

A deputada Antônia Sales (PMDB) fez pronunciamento usando seu próprio exemplo de mulher que descobre a importância de participar da política depois de vários anos fazendo o papel de cabo eleitoral do marido, o atual prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, também do PMDB. “Meu marido foi eleito vereador em 1982 enquanto eu ficava na cozinha, cuidando dos filhos e atendendo os seus eleitores que vinham em busca de apoio. Na campanha eleitoral era eu quem ia de casa em casa pedindo votos. São as mulheres quem distribuem material de campanha de casa em casa, tomam sol e chuva e mordidas de cachorro. Então porque não fazer isso por nós mesmas?”, indagou.

A deputada Marileide Serafim (PSD) também fez pronunciamento lembrando que sua família veio embora do Paraná durante o regime militar por causa da política e foi por isso que ela decidiu assumir uma candidatura. “Um dia eu entendi que precisava estar aqui, pois somos mais de 50% da população. Só falta a unidade para a gente ampliar nossa participação, pois se temos amor de sobra para dar e cada uma de nós sair com este sentimento e compromisso com a família, vamos longe. Como disse Jesus, o maior político da humanidade, se você quiser alguma coisa faça a sua parte que eu faço a minha”, concluiu.

A presidente regional do Partido Verde (PV), Shirley Torres, destacou que as mulheres têm que ampliar sua participação política, combatendo além do machismo, a compra de votos, pois quem compra votos são os candidatos educados por mulheres. “Se dissermos não faça isso, dificilmente o filho deixa de atender, mas às vezes até guardamos o dinheiro para o filho comprar votos”, argumentou.

Uma das fundadoras e militante histórica do PC do B, Rita Batista lembrou que está na política desde os anos 60, tendo sido candidata a senadora para a Assembleia Nacional Constituinte, em 1986 e candidata a vice-prefeita. Nunca conseguiu se eleger, mas mesmo assim educou sozinha seus três filhos e hoje o seu filho Marcio Batista é vice-prefeito de Rio Branco pelo mesmo partido. “Nunca me desfilei e tenho orgulho de pertencer ao PC do B”, disse ela.

Os deputado Eduardo Farias (PCdoB), Éber Machado (PSDC) e Edvaldo Souza (PSDC) também usaram a tribuna para incentivar as mulheres. “Uma participação maior das mulheres na política é um direito que tem que ser conquistado com a presença e a ousadia de vocês abrindo portas e empurrando. A matemática é simples: vocês são 51% da população e os 49% restantes vieram de vocês”, argumentou.

Éber Machado disse que as mulheres têm que ter o espaço ampliado, pois são gigantes e estão no comando do país através da presidente Dilma. “ Além de serem mães, vocês têm muito a contribuir com nosso Estado na vida política. Esta porta vai estar sempre aberta”, disse.

Seu colega de partido, o deputado Edvaldo Souza, destacou que o PSDC vive o dilema de descobrir onde conseguir mais mulheres para a agremiação. “Daí a importância de que vocês tenham esta consciência de que a mulher não nasceu só para cuidar de casa e do marido. “Têm que dar sua contribuição à política”, ressaltou Edvaldo.