Turquia "pagará caro" por apoio a terroristas, afirma Assad
A Turquia vai “pagar caro” pelo apoio a "terroristas" que lutam para derrubar o regime sírio, afirmou o presidente Bashar al Assad em entrevista ao canal turco Halk TV, cuja prévia foi divulgada nesta sexta-feira (04). Segundo ele, esses grupos logo se voltaram contra as próprias autoridades turcas.
Publicado 05/10/2013 15:02

“Não é possível usar o terrorismo como uma carta e coloca-la no seu próprio bolso”, declarou Assad ao programa turco. “Porque [o terrorismo] é como um escorpião que pode picá-lo a qualquer momento”, acrescentou.
O presidente sírio estava se referindo à suposta presença de grupos terroristas vinculados à Al Qaeda no território turco, próximos à fronteira com o país. Em setembro, Ancara teve de fechar um de seus postos fronteiriços por conta de embates entre membros do Exército Livre da Síria e organizações ligadas à Al Qaeda na cidade síria de Azaz.
Assad também falou sobre o episódio do dia 16 de setembro, quando forças turcas abateram um helicóptero sírio, depois de este invadir seu espaço aéreo. De acordo com ele, a aeronave síria entrou na Turquia para impedir a infiltração de grande numero de terroristas. Na ocasião, o presidente turco Abdallah Gul disse que seu governo não tinha capacidade de prevenir a infiltração de militantes que lutam na guerra síria no território turco, apesar de medidas de segurança. Mas, Damasco acusa as autoridades turcas de facilitar a entrada de militantes contrários ao regime sírio.
A Turquia, que possui 900 quilômetros de fronteira com a Síria, apoia as forças de oposição a Assad. As autoridades turcas, no entanto, afirmam que não providenciam armas para os militantes, apesar de diversos indícios contrários. Nesta quinta-feira (3), o parlamento turco estendeu por mais um ano a autorização de deslocamento de tropas para a Síria, caso avaliem ser necessário.
A atividade na fronteira entre os países é bastante movimentada desde o início do conflito, em março de 2011. Mais de dois milhões de refugiados sírios estão abrigados em território turco. Damasco acusa os oficiais da Turquia de fazer “vista grossa” e permitirem tanto a entrada de suprimentos, incluindo armas, quanto de militantes.
Eleições sírias: cedo demais para saber
Durante a entrevista, Assad também disse que ainda não sabe se irá concorrer ou não a reeleição à presidência no próximo ano. De acordo com ele, “o cenário ficará mais claro” nos próximos cinco meses.
Assad é presidente da Síria desde 2000 e seu segundo mandato (que dura 7 anos) termina no meio de 2014, quando se espera a convocação de novas eleições. A oposição síria exige que Assad entregue o poder a um governo de transição com poderes plenos até o próximo pleito presidencial.
Fonte: Opera Mundi