Trensalão: Tucanos se afundam em escândalo de corrupção

O último final de semana foi brindado com mais uma capa-denúncia da semanária IstoÉ. Na edição n° 2290, de 4 de outubro de 2013, aponta como peça central o vereador de São Paulo, o tucano Andrea Matarazzo. Em entrevista o professor em Direito Penal, Léo da Silva Alves, explica a lógica do cartel e salienta que ele é parte do crime organizado.   

Da Rádio Vermelho, com agências

Diferentemente da Veja, que preferiu falar sobre os benefícios do chocolate, a reportagem da IstoÉ apontou que além de Andrea Matarazzo, ministro do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) e secretário estadual nas gestões Serra e Covas, os tucanos Henrique Fingermann e Eduardo José Bernini, ex-dirigentes da Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica (EPTE) também estão envolvidos.

 
De acordo com as denúncias, o esquema de corrupção, conhecido como trensalão, nasceu na área de energia e movimentou mais de R$ 425 milhões.
 
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Crime organizado em SP

Em declaração à Rede Brasil Atual o professor em Direito Penal, com especialização em responsabilidade de agentes públicos, Léo da Silva Alves, destacou que o cartel faz parte do crime organizado e envolve a presença de diversos atores, entre eles agentes que compõem o Estado.

Ele explicou como podemos entender a dinâmica do escandâlo em São Paulo.  "Há um conluio entre particulares, entre as empresas, empresários e pessoas muito bem postas dentro de nichos de governo."

Trensalão

Há cerca de três meses, reportagem publicada na revista IstoÉ denunciou um cartel, formado pelas empresas Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui, que mantinha um esquema de desvio de recursos públicos e pagamento de propina para políticos tucanos e membros do alto escalão dos governos do PSDB em São Paulo, em troca de favorecimentos nas licitações de obras do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O esquema, segundo a denúncia, começou no governo Mário Covas e continuou nas gestões dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, e negociou valores no total de R$ 1,9 bilhão, provocando um prejuízo de mais de R$ 577 milhões aos cofres públicos.

Ouça a declaração do especialista na Rádio Vermelho: