Carrion lamenta a morte de ex-deputado Cel. Pedro Alvarez

 O deputado Raul Carrion (PCdoB) manifestou imenso pesar com a notícia da morte do ex-deputado Cel. Pedro Alvarez, figura ímpar, que teve a oportunidade de homenagear quando vereador de Porto Alegre com o título de cidadão da cidade e, quando deputado, com a medalha da 53 Legislatura.

celalvarez - divulgação

  Nascido em Santana do Livramento, em 1918, engajou-se no “Movimento Militar Nacionalista” e na Campanha “O Petróleo é Nosso”, passando a ser taxado de “comunista” e “subversivo”.

Ao assumir o comando da Companhia Especial de Manutenção, logo tornou-se uma pessoa querida da população de Santa Maria. No desfile do dia Sete de Setembro a multidão começou a gritar: “Capitão do Povo! Capitão do Povo!” Eleito em 1951 presidente do Clube Militar, nas eleições desse ano – com o apoio dos comunistas – foi o mais votado para a Câmara Municipal de Santa Maria. Em 1954, já Major, candidatou-se a deputado estadual, tendo mais votos que 44 dos deputados eleitos, mas ficando na 1ª suplência.

Assumiu por um mês na licença do seu titular, Cândido Norberto, apresentando um Projeto de Reforma Agrária e levando para dentro do Parlamento as lutas dos trabalhadores. Em 1955, com o apoio dos comunistas, candidatou-se pela legenda do PR à Câmara Municipal de Porto Alegre, tornando-se um dos vereadores mais votados de toda sua história.

Em 1958, mais uma vez com o apoio dos comunistas, tornou-se deputado estadual, sendo o oitavo mais votado entre os 55 eleitos. Sete meses depois, tendo votado contra o governo, em matérias do funcionalismo, sofreu uma ação do PRP – aliado do governo. O Tribunal Regional Eleitoral impugnou dois candidatos do PR e anulou seus votos, com o que lhe cassaram o mandato.

Depois de servir no RJ e ES, voltou para Porto Alegre e passa a trabalhar na Petrobras. Com o golpe de 1964, foi demitido da Petrobras e excluído do Exército. Teve de exilar-se no Uruguai. Ao retornar, foi preso, torturado e condenado a 14 meses de cárcere. Dois meses depois, teve sua pena anulada pelo Superior Tribunal Militar, tantas foram as inconsistências do processo. Os amigos o aguardavam em casa e a imprensa noticiou: “Na casa do Coronel Pedro Alvarez, os comunistas se reuniram. Havia mais de mil pessoas.”

Prosseguiu a luta pela redemocratização com destemor. Seus direitos só foram reconhecidos com o fim da ditadura militar e a anistia. "Todos que labutam nas lutas de nosso povo conhecem a trajetória e a verticalidade do Cel Pedro Alvarez. Em nome do Partido Comunista do Brasil deixamos esta homenagem a este grande lutador do povo brasileiro", disse Carrion na sessão plenária desta terça-feira (08).

De Porto Alegre,
Isabela Soares