Dia do Médico reforça necessidade de valorização do profissional

Nesta sexta-feira (18), quando comemora-se o Dia do Médico, profissionais em parceria com Sindicatos de diversos estados, realizam atividades para reforçar a defesa pela valorização do profissional da área.

O Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA), destaca que neste ano, o Dia do Médico reveste-se de importância ainda maior, face aos desafios enfrentados pela categoria, que mostrou disposição de luta, ocupou as ruas, saiu em defesa do SUS, fez protestos e denunciou os ataques e a manipulação do governo na área da saúde pública.

A mobilização ocorreu em todo o país e mostrou a capacidade de resistência organizada dos médicos. E essa resistência vai continuar, porque o espírito de luta não se arrefece pelas batalhas não vencidas, mas, ao contrário, inspira o horizonte de vitórias que virão.

Condições de trabalho

“Temos muitos motivos para comemorar a data. Vejo com muito otimismo toda essa luta, que unificou ainda mais a categoria neste momento de polêmica”, destaca Francisco Magalhães, presidente do Sindimed-BA, ao se referir ao Programa mais Médicos.

O sindicalista lembra que o profissional ainda tem uma inserção muito grande na sociedade. “Temos muito orgulho de nossa profissão e o aspecto mais importante é o reconhecimento da sociedade da importância do médico”, afirma o dirigente.

No entanto, Magalhães não deixa de ressaltar as dificuldades enfrentadas para o exercício da profissão relacionadas às condições de trabalho. “A situação é agravada pelo alto índice de precarização. De todos os segmentos, cerca de 80% da categoria convive com a relação de precariedade e com os problemas enfrentados. E com a saúde complementar a relação é a pior possível. Algo que reflete na sociedade e prestação de atendimento à população”, salienta o presidente do Sindimed.

As más condições de trabalho e de remuneração dos profissionais de saúde, incluindo os médicos, é a principal reclamação dos profissionais do setor, que convivem, por um lado, com o descaso em relação às políticas de saúde e, por outro, com a lógica do setor privado, que vê a Medicina como fonte de lucro.

De acordo com o Conselho Regional de Medicina (Cremesp), ao sucateamento de hospitais públicos, prontos-socorros e unidades de saúde, onde faltam equipamentos, recursos humanos, medicamentos e insumos básicos, somam-se as restrições dos planos de saúde, que muitas vezes impedem o médico de lançar mão de todos os recursos diagnósticos e terapêuticos em benefício do paciente.

Motivos como estes se tornam obstáculos ao exercício profissional. E por essa razão, a maioria dos médicos tem pelo menos dois empregos, acúmulo que aumenta o desgaste e o estresse já inerentes à profissão.

Não é muito diferente a situação dos médicos conveniados aos planos de saúde.

A entidade revela que muitas empresas, alegando os custos impostos pela regulamentação do setor, estão descredenciando os médicos ou diminuindo-lhes os honorários, com valores congelados há vários anos. Portanto, torna-se prioridade a defesa de um sistema de saúde público, gratuito e de qualidade, que atenda dignamente a população e valorize os profissionais, bem como um sistema privado que coloque o respeito à vida acima dos lucros.

Preocupação com a vida

Um exemplo desta preocupação, é a campanha lançada nesta sexta-feira, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que ressalta o compromisso com os pacientes e com a medicina, as realizações e as dificuldades enfrentadas cotidianamente nos consultórios e hospitais.

No Brasil, existem cerca de 400 mil médicos formados no país ou que aqui tiveram seus diplomas legalmente revalidados. Há mais de dois séculos esses profissionais se dedicam à saúde dos cidadãos nas grandes e pequenas cidades, nas capitais e no interior. São milhões de consultas, exames e cirurgias realizados todos os dias e, para garantir o atendimento adequado a cada paciente. Os médicos precisam ter disponíveis recursos, condições e infraestrutura para lutar pela vida e pela boa saúde.

Fonte: Portal CTB