Obama e Kerry devem explicações à França sobre espionagem

A divulgação da espionagem dos Estados Unidos sobre a França levou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, à capital francesa, Paris, nesta terça-feira (22). Kerry abordará o tema com o seu homólogo francês, Laurent Fabius, após a chancelaria ter convocado o embaixador estadunidense para prestar esclarecimentos.

John Kerry - AFP

O secretário de Estado dos EUA deve reunir-se com o chanceler francês, Fabius, ainda nesta terça, para tratar das atividades secretas de Washington no país europeu, anunciadas pelo jornal Le Monde.

De acordo com a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Marie Harf, em declarações desta segunda-feira (21), após a exigência de esclarecimento feita por Paris, sobre as revelações de espionagem dos serviços de inteligência dos EUA, o embaixador estadunidense na França, Charles H. Rivkin encontrou-se com Alexandre Ziegler, diretor do gabinete do Ministério de Relações Exteriores francês.

As relações diplomáticas entre Paris e Washington ficaram tensionadas logo após a revelação feita pelo ex-técnico da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês), Edward Snowden, sobre o registro de 70,3 milhões de dados telefônicos de cidadãos franceses, feito pela agência estadunidense entre 10 de dezembro de 2012 a 8 de janeiro de 2013.

O presidente da França, François Hollande, condenou a denuncia e taxou o programa de espionagem, que finalmente afetou outro dos principais aliados dos EUA, de “inaceitável” entre parceiros e amigos, ao mesmo tempo em que pediu explicações à Casa Branca.

Ainda na segunda-feira, o presidente Barack Obama havia telefonado para Hollande, e disse que o seu governo “começou a revisar a forma de compilação de informações, para lograr um equilíbrio apropriado entre as preocupações legítimas sobre a segurança dos nossos cidadãos e aliados e o respeito à privacidade”, de acordo com um comunicado da Casa Branca.

O governo estadunidense continua justificando os seus abrangentes programas de espionagem (que classifica de “vigilância”) com um esforço pela garantia da segurança contra o terrorismo, embora já tenha sido comprovada a invasão da privacidade de cidadãos comuns, empresas, órgãos governamentais, e outros, inclusive dos aliados mais próximos.

Com HispanTV,
Da redação do Vermelho