Sergipano depõe na OEA sobre condenação por texto ficcional 

O jornalista sergipano José Cristian Góes participa, nesta terça-feira (29), de audiência pública na sede da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington. 

Jornalista pretende denunciar outros casos de abuso no Sergipe

De acordo com o site Plenário, o jornalista recebeu o convite para falar sobre os processos judiciais que o desembargador Edson Ulisses, vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe e o Ministério Público Estadual movem contra ele por conta de uma crônica ficcional publicada em seu blog na Infonet ("Eu, o coronel em mim"). O jornalista foi condenado a 7 meses e 16 dias de prisão.

“Os processos e a condenação criminal tiveram enorme repercussão negativa nacional e internacional para o judiciário sergipano e para o Governo do Estado, por conta do absurdo das ações, pelo pré-julgamento, pelo abuso de poder e, principalmente porque rasga a Constituição Federal em uma parte que é um direito consagrado em todo mundo: o da liberdade de expressão”, disse Cristian Góes.

Na semana passada, apesar do juiz Hélio Neto, relator da ação criminal, provar que o processo foi irregular e pedir absolvição imediata de Cristian Góes, outros dois juízes, Maria Angélica e José Anselmo, atenderam à vontade do desembargador e mantiveram a condenação.

“Os membros da CIDH da OEA leram os processos e a sentença de condenação por crime de opinião e ficaram estarrecidos e por isso a audiência. Infelizmente será uma exposição extremamente negativa para o Judiciário e para o Ministério Público de Sergipe. Isso é péssimo para o Governo de Sergipe e para o Governo Brasileiro. Mas tudo isso é única e total responsabilidade do desembargador Edson Ulisses e de alguns juízes e promotores de Justiça de Sergipe”, acrescentou.

Cristian Góes disse também que vai falar de outros casos de jornalistas processados e condenados em Sergipe por crime de opinião e que vai sugerir aos membros da CIDH da OEA que façam uma audiência pública no Estado, envolvendo as mais diversas entidades da sociedade civil.
 
Fonte: Portal da Imprensa