Eleitores da direita chilena estão confusos, diz candidato

O presidente do partido Renovação Nacional (RN), Carlos Larraín, líder de um das duas organizações da Aliança de direita no Chile, considerou que os eleitores que apoiam essa tendência estão confusos sem saber para onde olhar.

"O nosso eleitorado está confuso, não sabe para onde olhar. Isso é o que lhes acontece", exclamou, em entrevista publicada nesta segunda-feira (11) pelo jornal La Tercera, o líder do RN, mesmo partido do presidente Sebastián Piñera.

As palavras de Larraín são expressas a apenas alguns dias das eleições presidenciais de 17 de novembro, quando a candidata da direita para essas eleições, Evelyn Matthei, está em desvantagem, segundo as pesquisas, muito atrás da candidata da coalizão opositora Nova Maioria, a ex-presidenta Michelle Bachelet.

Larraín afirmou que foi um erro o outro partido da Aliança, a União Democrata Independente (UDI), ter eliminado a candidatura de seu primeiro aspirante para esta eleição, o ex-ministro de Obras Pública Laurence Golborne, que saiu da disputa no meio de escândalos por não declarar bens no exterior e por gerenciar uma empresa questionada por lesar os consumidores.

De acordo com Larraín, a UDI entrou em "pânico cênico" pelos escândalos, apesar do que, na sua opinião, Golborne era a figura melhor avaliada frente a Bachelet, por isso considerou a saída do político e empresário "um erro bobo".

A UDI substituiu Golborne pelo ex-ministro de Economia Pablo Longueira, que ganhou as eleições primárias frente ao aspirante da RN, Andrés Allamand, mas em julho renunciou à disputa afetado por um severo quadro depressivo, deixando a direita acéfala no meio da campanha.

Diante da saída de Longueira, a direita entrou numa corrida contra o relógio na busca de um novo candidato, processo que gerou atritos entre o RN e a UDI, frente à negativa desta última a aceitar que Allamand assumisse a candidatura presidencial, mesmo tendo ficado em segundo nas primárias por uma estreitíssima margem.

Com a designação de Matthei, a UDI tentou preencher o vazio deixado por Longueira, no entanto, segundo explica Larraín ao La Tercera, "foi uma candidatura que iniciou com problemas, porque se desconheceu o resultado da primária. Há, então, um pecado original grave", enfatizou.

De acordo com a última pesquisa do Centro de Estudos Públicos, considerada uma das mais sérias no Chile, cerca de 47% das pessoas consultadas afirmaram que votariam em Bachelet, enquanto apenas 14% manifestou que votaria em Matthei.

Cerca de 10% pronunciaram-se pelo independente Franco Parisi; 7% pelo líder do Partido Progressista, Marco Enríquez-Ominami; e 3% identificaram-se com Marcel Claude, candidato dos Humanistas. Os quatro demais competidores não atingiram 1%.

Fonte: Prensa Latina